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Para a música não ter fim

Profissional se dedica ao conserto de instrumentos de corda

23/07/2013 - 12h55min

Atualizada em: 23/07/2013 - 12h55min


Conserto de instrumentos exige técnica e talento

Um sarau, uma rodinha de violão, amigos cantando e, de repente, uma catástrofe: o braço do violão, onde ficam presas as cordas, se quebra. A partir daí, para dar fim ao silêncio, só um luthier. Este profissional, cada vez mais difícil de encontrar, se dedica ao conserto de instrumentos de corda - um trabalho que, além de técnica, requer talento.

Para restaurar a vibração de guitarras, violas e violinos o conhecimento apurado do ofício é fundamental, mas também é preciso uma dose alta de paixão. Isso porque a maioria das pessoas que buscam manutenção, nutre um enorme apego afetivo, quase paternal, pelos equipamentos.

- Sabe quando a pessoa compra um carro e decide que jamais vai vender, porque tem aquele lance romântico, o lado do sentimento? Pois, então. Com um instrumento é a mesma coisa - explica Marcel Bellen, 37 anos, proprietário da Vintage RS POA, especializada em instrumentos de cordas.

Peças raras valem mais

Segundo Marcel, o valor comercial também influencia a procura pelo restauro. Um equipamento original de qualidade, que mantenha suas características sonoras e visuais preservadas, pode chegar a valer duas ou três vezes mais que um novo.

Outros motivos que levam os músicos a investir no conserto de um instrumento de corda são a época de produção e a adaptação ao modelo. Algumas peças, fabricadas em escalas limitadas, ganham o status de verdadeiras relíquias, como os violinos Stradivarius, por exemplo. Em alguns casos, a restauração é o único caminho para dar nova vida a instrumentos que saíram de linha, para os quais já não se encontram determinadas peças no mercado.

Uma vida dedicada ao restauro dos metais

Da mesma forma que os instrumentos de corda, os de sopro perdem o vigor com o passar dos anos. Mas flautas, saxofones e clarinetes também podem, e devem, receber reparos quando necessário.

Além disso, no mundo dos timbres brilhantes, os velhinhos estão em alta. Segundo Marcos Valcareggi, 46 anos, dono da Valcareggi Instrumentos Musicais, empresa com mais de oito décadas no mercado, quando se trata de metais, antiguidade é posto.

- É melhor consertar um instrumento mais antigo, de melhor marca, do que adquirir um novo de marca inferior - garante Marcos.

Atuante em Porto Alegre desde 1925, a oficina foi fundada pelo bisavô de Marcos, Enrico Valcareggi, imigrante italiano. Responsável pela manutenção dos instrumentos da Banda Municipal de Porto Alegre e a Banda da Ajudância Geral da Brigada Militar, a Valcareggi tem entre seus clientes ilustres o flautista Plauto Cruz e o escritor Luis Fernando Veríssimo, que toca saxofone.

Tanto Marcel como Marcos afirmam que a regulagem dos instrumentos, de corda ou de sopro, são os serviços mais comuns.

- O ideal é fazer a manutenção períodica de três em três em meses - recomenda Marcel.

A renovação da pintura também é bastante procurada. O procedimento pode custar de R$ 120 a R$ 1 mil, dependendo do estado de conservação e da marca do instrumento.
Para regulagem do instrumento de sopro,  periocidade da manutenção varia de acordo com o músico.

- Se quem toca aperta as sapatilhas (teclas) com muita força, a troca delas é mais frequente - explica Marcos.

O valor varia de R$ 40 a R$ 700, conforme o número de pastilhas que serão substítuidas.

Onde ir

Vintage RS POA

Rua Voluntários da Pátria, 595 - Loja 17- Centro - 3018-1015

Valcareggi Instrumentos Musicais

Rua João Alfredo, 689 - Cidade Baixa - 3224-5308


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