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Alunos de escola rural de Viamão recebem notebooks e tablets

A cidade é a primeira do país a desenvolver a inovação pelo projeto Escolas Rurais Conectadas, da Fundação Telefônica

21/08/2013 - 07h41min

Atualizada em: 21/08/2013 - 07h41min


Maurício Sanhudo é aluno da primeira escola rural do país, em Viamão, a receber projeto de tecnologia

Perceba a emoção de um guri de 13 anos:

- Agora estamos conectados com o mundo todo! Não tem nada que nos distancie, vamos poder conhecer tudo.

A frase do estudante Maurício Sanhudo, do oitavo ano, resume o sentimento dos
106 alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Zeferino Lopes de Castro, em Águas Claras, com a abertura de uma porteira chamada tecnologia. Viamão é o primeiro município do país a desenvolver a inovação no meio rural pelo projeto Escolas Rurais Conectadas, da Fundação Telefônica.

Tem aluno que nem sabia ligar

Cada aluno do primeiro ao terceiro ano ganhou um tablet (computador de mão) e cada estudante do quarto ao nono ano recebeu um netbook (computador portátil com teclado). A velocidade da rede é a mais rápida do país, com 54mb, através de fibra ótica.

De acordo com a diretora Silvana Gattino, o currículo será repensado a partir da chegada das novas ferramentas.

- Está sendo melhor para aprender, fazer pesquisas - conclui Maurício.

Antes de ganhar o netbook, André Luis Lai Fraga, 13 anos, do sétimo ano, disputava um dos dez computadores da sala de informática da escola (o acesso era via rádio, fruto de doação).

- Até já fiz um jogo, aprendi várias coisas! - orgulha-se André.

Para Gretha Fenner Eloi, 12 anos, do sétimo ano, está mais interessante ir à aula:

- Antes, era só o quadro e o livro. Agora temos outras opções.

Pedro Rodrigues Franco, 15 anos, do oitavo ano, já se acostumou:

- Não sabia nem ligar (o netbook). Só acessava o facebook pelo celular.

Compartilhando o saber em família

Aos poucos, os alunos se familiarizam com o funcionamento dos equipamentos. Depois de uns dias de adaptação, desde sexta-feira passada, eles já puderam levar tablets e netbooks para a residência.

- São crianças que não têm essa realidade em casa. Vão levar a tecnologia também para os pais, compartilhar os conhecimentos com a família - diz a diretora.

Educação sob novo ângulo

A secretária de Educação de Viamão, Maria Clarice Rodrigues de Oliveira, diz que a distância entre a tecnologia e o campo foi encurtada:

- Hoje é possível uma escola rural ter garantido o direito à tecnologia como recurso de aprendizagem. O aluno e o professor têm um espaço para produzir conhecimento e não apenas transmitir e receber. Isso aumenta a autoestima do aluno.

Professora de Matemática, Rosa Maria Stalivieri destaca a troca de conhecimentos entre alunos e professores, gerada pela chegada dos tablets e netbooks. Já a professora de Ciências Claudia Drese observa que o uso da tecnologia trouxe mais dedicação dos alunos e desafiou também os professores.

Ponto de encontro

Antes da chegada dos computadores, a escola já era uma referência para os estudantes.

- Os alunos moram longe uns dos outros. Aqui não tem cinema, não tem clube. A escola é o ponto de encontro. Fazemos projetos e os alunos participam muito - observa a diretora.

Silvana conta que 99% dos estudantes dependem do transporte escolar oferecido pela prefeitura.

A partir do próximo ano, a Zeferino terá turno integral.

Interatividade na merenda

Além dos alunos, os 14 professores também receberam netbooks. No grupo de contemplados está a merendeira Eliane Vieira Barcelos, 33 anos. No recém-criado blog da escola há um espaço especial para a merenda:

- Lançamos uma enquete no blog para melhorar a merenda. Estamos esperando as sugestões dos alunos. Agora, vamos interagir - comenta Eliane.

O blog: projetozeferino.blogspot.com.br

O que é o projeto que beneficia 11 mil

- O projeto surgiu como uma exigência regulatória em função da fusão entre Telefônica e Vivo.
- Na primeira etapa, em 2012, cem escolas rurais do Brasil receberam dois computadores cada uma e conexão 3G.
- A escola de Viamão foi a primeira a receber inclusão completa.
- A executora do projeto é a Future of Learning Institute.
- A iniciativa beneficia mais de 11 mil alunos e 500 professores em Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. A escolha dos locais levou em conta a vocação rural dos Estados.


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