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Um fim à dança das cadeiras entre funcionários

O fantasma da rotatividade tira o sono de líderes e gestores de Recursos Humanos

24/08/2013 - 16h19min

Atualizada em: 24/08/2013 - 16h19min


Encontrar trabalho deixou de ser problema. Segundo o IBGE, a taxa de desemprego no Brasil recuou de 6% para 5,6% em julho. Em Porto Alegre, o índice ficou em 3,7% - o menor do país. Agora, são as empresas que precisam encontrar meios para acabar com a dança das cadeiras entre funcionários. Na primeira oportunidade, muitos abandonam o posto por uma colocação melhor.


E o fantasma da rotatividade, que tira o sono de líderes e gestores de Recursos Humanos, tende a fica ainda mais assustador. De acordo com um estudo da Hay Group, consultoria de gestão de negócios, realizado a partir da sua base de dados com mais de 5,5 milhões de trabalhadores pelo mundo, os índices de rotatividade devem se acelerar a partir de 2014. Segundo a pesquisa, no próximo ano, cerca de 161,7 milhões de pessoas trocarão de emprego - alta de 12,9% em relação a 2012.


Problema cotidiano no setor de varejo


Enquanto para a maioria dos setores esse cenário aponta dificuldades no futuro, para o varejo, a rotatividade é um problema presente. De acordo com o presidente da Associação Gaúcha para o Desenvolvimento do Varejo (AGV), Vilson Noer, a média gira em torno de 30% ao ano, mas algumas empresas chegam a enfrentar 70% de troca de funcionários.


- O varejo sempre foi porta de entrada. Mas vivemos um momento singular de pleno emprego, em que outros setores também absorvem a mão de obra qualificada, cada vez mais escassa - comenta.


De acordo com o coordenador do MBA em Gestão do Varejo da Unisinos, Gilberto Müller, a rotatividade elevada é resultado da falta de perspectiva.


- Muitas pessoas enxergam os postos no varejo como emprego provisório, sem chance de alavancar uma carreria de sucesso - explica.


Com o entra e sai, as empresas perdem tempo na seleção e treinamento de outra pessoa e, quando ela finalmente engrena na função, acaba deixando o emprego também. O círculo de prejuízo, além de aumentar gastos com rescisão e contratação, pode afetar o padrão de atendimento ao cliente, que se depara sempre com atendentes diferentes ou inexperientes.


Valorizar para não perder


O segredo para combater a rotatividade, segundo, Gilberto, é investir no funcionário:


- As empresas precisam criar políticas de perpetuação, mostrar que aquele emprego é uma profissão. O sistema de comissão é atraente, mas é preciso ir além. Os programas de participação em resultados (PPR) e os planos de carreira são ótimas iniciativas.


O presidente da AGV concorda:


- Faltam mecanismos de estímulo, além da remuneração - diz Vilson.


Chance de voar mais alto


Para reter seu público interno e criar perspectivas de carreira no negócio, a rede de franquias Loja Trópico criou o programa de desenvolvimento VOE (Você Orienta sua Escalada).


Inspirado em games, o sistema aplica provas cuja pontuação leva a novas etapas. Quando surgem vagas, mesmo em filiais diferentes, a rede busca os melhores ranqueados.


Segundo a gestora da equipe de vendas da Trópico do Bourbon Ipiranga, Flávia de Mello Rodrigues, o programa já trouxe bons resultados.


- As avaliações aprimoram a equipe. Um estoquista estava pensando em sair e, agora, está buscando uma chance nova dentro do programa - afirma.


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