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Põe mais água!

Preço do feijão aumenta e comerciantes tentam suprir a necessidade do consumidor

Grão teve alta superior a 20% em 2013. Donos de restaurantes buscam alternativas para driblar o aumento do custo.

11/01/2014 - 15h37min

Atualizada em: 11/01/2014 - 15h37min


Proprietários de restaurantes contam como lidam com o aumento no dia a dia

Todo brasileiro que se preze não dispensa a combinação campeã de preferência no prato: arroz e feijão. Mas o pretinho que dá cor e sabor a essa dupla está deixando o bolso dos consumidores um tanto desfalcado: aqui no Estado, o preço do feijão subiu mais de 20% ao longo de 2013.

Conforme pesquisa da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), no início do ano, o quilo custava, em média, R$ 3,96. Em dezembro, bateu nos R$ 4,82. A explicação, segundo o presidente da Associação Gaúcha de Produtores de Feijão, Tarcísio Cereta, é que a produção não foi suficiente, e o Estado (assim como o resto do país), precisou importar.

Diante desse cenário, é no dia a dia que o consumidor sente a diferença. E quem trabalha servindo refeições fica entre a cruz e a espada: aumentar o preço para não ficar no prejuízo ou manter o valor para segurar a clientela.

Campeão de preferência No Bairro Sarandi, os donos do Restaurante Recanto não tiveram mais como driblar o reajuste. A alta no preço do feijão, associada ao aumento do custo de itens como carne e arroz, chegou ao consumidor: o bufê livre, com duas carnes de churrasco, foi de R$ 10 para R$ 12 esse mês.

- Tudo subiu, a gente não teve como escapar. E isso impactou no movimento da clientela. Por três anos, foi o mesmo preço - relata a proprietária, Beatriz dos Santos Cardoso, 41 anos.

E ela frisa que não adianta substituir o feijão por outros pratos, como lentilha. Os clientes são exigentes, e reclamam quando não tem o pretinho.

- Sem feijão, não dá. E não adianta fazer render com água, tem de manter a qualidade - destaca Beatriz, que chega a pagar quase R$ 6 pelo quilo do grão.

Não pode faltar

No Cantinhos Bar, no Bairro Azenha, a estratégia para manter o valor de R$ 4 do prato feito está na busca por fornecedores que ofereçam um bom preço por compras em grande quantidade. Pelo quilo do feijão, eles pagam, em média, R$ 3,50.

Há 28 anos, a família de Edviges Rebelatto Dal Sant, 61 anos, oferece o famoso PF para moradores e trabalhadores do entorno. E para manter a média de 140 almoços por dia, eles optaram por não repassar o aumento de preços do feijão para os consumidores. E, é claro, não deixam o pretinho faltar no prato.

- Ninguém come sem feijão. Tem gente que vem comprar e levar pra casa. E tem de ser bem temperado e encorpado - ensina
Edviges.

Rico em nutrientes

A nutricionista Francine Vasconcelos Fraga, do Programa Mesa Brasil, do Sesc-RS, destaca que a clássica combinação de arroz e feijão é uma excelente fonte de proteínas. Consumidos juntos, eles se complementam e fornecem nutrientes importantes.

O feijão possui carboidratos, proteínas, fibras, ferro e vitaminas do complexo B. Se o preço estiver muito salgado, uma opção é substitui-lo por outras leguminosas, como ervilha, grão de bico, soja ou lentilha.

Para crianças e adolescentes, a inclusão de feijão na alimentação tem um papel ainda mais importante, pois auxilia no desenvolvimento. Ao longo de toda a vida, para indivíduos saudáveis, o consumo recomendado é de duas porções por dia (100g cada porção).


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