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Só restou a pinguela

Pontilhões de acesso ao Centro de Barra do Ribeiro aguardam conserto

Dois dos quatro pontilhões que servem de acesso ao distrito de Douradilho estão danificados

01/12/2014 - 07h03min

Atualizada em: 01/12/2014 - 07h03min


Bastam as nuvens escuras surgirem para que os cerca de 1,5 mil moradores do distrito de Douradilho, em Barra do Ribeiro, comecem a temer mais um isolamento forçado. A rotina de tensão ocorre desde junho deste ano, quando uma enxurrada seguida de enchente arrancou os pontilhões de madeira instalados sobre os canais secos que servem justamente para escoar as águas das chuvas quando transborda o Arroio Ribeiro.
As mesmas travessias já haviam sofrido abalo nas estruturas em setembro de 2012, em outra inundação. Moradores contam que, na época, a alternativa foi abrir as estradas por dentro dos canais secos com máquinas agrícolas e torcer para não chover.
- Neste ano, a situação piorou. As chuvas foram mais fortes e arrancaram as estruturas de dois dos quatro pontilhões. Os outros dois estão a perigo. E seguimos usando as estradas improvisadas enquanto não alagam - conta a vendedora Jéssica da Silva, 23 anos.

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Acidente há duas semanas

Jéssica e o marido, o garçom Caleb Gomes, 24 anos, estão entre os moradores que ficaram isolados por cinco dias em junho. Da BR-116 até o Centro do distrito são 10km. Os dois desvios que poderiam ser usados têm 10km e 20km a mais e também inundam nas cheias.
- Nem de moto foi possível sair daqui. Ficamos sem ir ao trabalho, e as crianças, sem ir à escola. Só quando a água baixou vimos os estragos - recorda Jéssica.

No mesmo período, para evitar que os filhos ficassem sem ir à escola, o agricultor Bruno Frederico Gross, 60 anos, improvisou pinguelas com madeiras soltas das próprias travessias. Até agora, elas servem para os moradores cruzarem a via a pé, de bicicleta ou de moto, quando os canais enchem e fica inviável a estrada improvisada dentro dos canais.
- Quero saber até quando ficaremos nesta situação! Na prefeitura ninguém nos dá uma resposta - reclama Bruno.

Ele alerta para os acidentes, que costumam ocorrer no trecho de 300m entre os pontilhões. O último foi há duas semanas. Um ônibus escolar com 28 alunos do turno da noite tombou num dos pontilhões.
- O veículo caiu meio de lado, e os alunos precisaram sair pelas janelas. Por sorte, ninguém ficou ferido e não estava chovendo. Vão esperar uma tragédia para dar um jeito nesta situação? - reclama o vereador Valmir Laux (PMDB), morador da região, que por duas vezes pediu providências à prefeitura.

Estrada encarece o frete


Foto: Mateus Bruxel/Agência RBS

O caso preocupa também os produtores rurais. Em fevereiro, quando começar a colheita do arroz, mais de 50 caminhões por dia deverão cruzar a estrada.
- Se a situação não for resolvida até lá, terei que pagar 30% a mais por frete para o caminhão fazer um desvio de 20km que é só buraqueira e inunda se chover - alerta o agricultor Valter José Podeleski, 52 anos.

Prefeitura promete solução

Se depender do calendário prometido pelo prefeito Luciano Boneberg (PSD), os moradores de Douradilho deixarão o isolamento até fevereiro de 2015. Uma empresa de engenharia está sendo contratada por meio de licitação para construir quatro pontes com galerias de concreto na estrada. O custo total da obra está calculado em R$ 300 mil, com recursos do município.

- Decretamos situação de emergência em junho, para tentarmos reconstruir mais rápido as pontes. A União nos negou o pedido. O edital da obra já está na rua e é prioridade. Até o fim de fevereiro estas pontes estarão prontas - garante o prefeito.


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