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Seu problema é nosso

Funcionários de ônibus no camelódromo sofrem com banheiro sujo

Homens e mulheres são obrigados a conviver, diariamente, com o mau cheiro e a falta de higiene

30/07/2015 - 07h56min

Atualizada em: 30/07/2015 - 07h56min


Manoela Tomasi / Especial

O banheiro que deveria atender funcionários dos ônibus das empresas Central, Sogil e Transcal, no Terminal Mauá, no Centro de Porto Alegre, parece estar entregue às moscas, literalmente.

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Sem cadeados, a porta do único espaço destinado às necessidades básicas dos trabalhadores do local fica aberta 24 horas, permitindo a entrada de qualquer pessoa e facilitando a sua depredação.

Motoristas, fiscais e cobradores reclamam da situação precária no qual o local se encontra, há pelo menos 30 dias, devido à falta de limpeza e manutenção.

Uma das pessoas que sofre por conta do banheiro sujo é Luiz Armando Schuller, 70 anos, funcionário da Central. Ele trabalha em frente ao banheiro e precisa lidar, todos os dias, com o mau cheiro.

- É um descaso com os trabalhadores. A privada está entupida, não tem papel higiênico e o chão é tomado por urina - desabafa Luiz.

Não há outra opção de banheiro público pelos arredores. No camelódromo, que fica em cima do terminal, o sanitário é limpo, mas custa R$ 2. Outra alternativa é caminhar cerca de cinco minutos para usar os banheiros do shopping.

Mulheres sofrem

Apesar de serem minoria entre os empregados, as mulheres são as mais prejudicadas pela falta de um banheiro limpo.

A cobradora da Transcal Eliane Grigolo, 40 anos, conta que as funcionárias precisam segurar as necessidades.

- Acontece muito de comprarmos um refrigerante, por exemplo, para podermos usar o banheiro de um bar. Mas a bebida custa R$ 3,50 e não é justo termos que pagar isto todos os dias - ressalta.

De acordo com o fiscal da Transcal Mário Leão, 29 anos, devido à correria entre uma viagem e outra, os empregados se obrigam a encarar a sujeira.

- Acredito que corremos risco até de contrair uma doença - salienta Mário.

Além da falta de higiene, o banheiro é mal utilizado por moradores de rua e acaba virando ponto de uso de drogas e, até mesmo, servindo como motel.

Quem vai limpar?

A Metroplan afirma que, assim que assumiu a responsabilidade pela administração do Terminal Mauá, cedeu o banheiro para as empresas de ônibus.

A ATM, responsável pela manutenção e limpeza do banheiro, respondeu em nome da Central, Sogil e Transcal.

Segundo o gerente-geral da associação, Érico Michels, o espaço foi ativado para uso exclusivo dos funcionários.

- Fazemos a limpeza duas vezes por semana e reformas uma vez por mês.

Depredação

Érico explica que o local deveria ter cadeado, mas que, infelizmente, por conta do vandalismo e, apesar de fazerem reformas, muitas vezes, não conseguem consertar tudo.

- O ideal seria colocarmos um vigilante, mas não é possível este serviço em local público - alega.

A ATM se comprometeu a enviar uma equipe de limpeza ao local, ainda hoje, para avaliar os danos e agilizar os reparos até o final da semana. Vão colocar cadeados e disponibilizar uma chave para cada supervisor das empresas de ônibus.

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