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Seu problema é nosso

Família de Canoas faz brechó e vende doces para pagar tratamento de filho com deficiência

Matheus ficou vegetativo após sofrer um afogamento, há dois anos

22/02/2016 - 08h28min

Atualizada em: 22/02/2016 - 08h51min


A família do menino Matheus Barros Martins da Silva, cinco anos, do Bairro Mathias Velho, em Canoas, está realizando uma campanha permanente para conseguir dinheiro suficiente para tentar melhorar as condições de vida do garoto, que ficou vegetativo após afogar-se numa piscina, há dois anos. O objetivo atual é arrecadar R$ 180 mil para pagar uma cirurgia nos Estados Unidos (que custa US$ 37 mil). Será necessário recurso também para manutenção de mãe e filho no país por três meses, no pós-operatório.

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– Quando ele se afogou, o coração parou e o cérebro foi danificado (pela falta de oxigênio). Os médicos disseram que uma área grande foi atingida – conta a mãe, a frentista Denise Janaína Barros, 36 anos.

Após pouco mais de um mês hospitalizado, em coma – Denise conta que os médicos chegaram a informar da opção de desligar os aparelhos –, Matheus voltou para casa. Ele recebia alimentação por sonda e não apresentava movimentos nem se comunicava.

A família entrou na Justiça para receber o home care (atendimento em casa), que inclui atendimentos com fisioterapeuta, fonoaudióloga e terapeuta ocupacional. Desde o final de 2014, o Estado disponibilizou os serviços.

Solidariedade

Antes disso, a família vinha custeando as despesas do menino vendendo doces e contando com uma rede de solidariedade. Segundo a mãe, muita gente tomou conhecimento do caso por meio das redes sociais e resolveu ajudar. Atualmente, além do brique-brechó aos domingos (na Rua Torres, Bairro Mathias Velho), que envolve um grupo de voluntários, a família realiza outros eventos para garantir os recursos necessários.

– O Matheus nos mostrou que pode melhorar. Com três meses em casa, tirou a sonda, voltou a comer, e dá risada – diz Denise.

Células-tronco são esperança

Em contato com a mãe de um menino que vive no Nordeste e cuja história é semelhante à de Matheus, Denise vislumbrou uma possibilidade de melhoria no caso do filho.

– O filho dela também se afogou. Essa mãe me disse que engravidou de uma menina e ia colher as célulastronco do cordão umbilical – afirma Denise, explicando que o procedimento poderá ajudar o filho nas sequelas do acidente.

Quando Matheus sofreu o afogamento, Denise estava prestes a dar à luz sua filha Isabele, que hoje tem dois anos. Na época, ela não sabia que poderia colher as células-tronco do cordão umbilical. Ao tomar conhecimento da possibilidade, decidiu ter outro bebê. Miguel tem três meses e 48% de compatibilidade com Matheus.

– Eu concordo que eu tenho um monte de crianças (ao todo, ela é mãe de sete filhos), mas o que eu puder fazer para o Matheus ficar bem, eu farei – afirma a mãe.

Hospital da Rede Sarah desaconselhou operação

Em fevereiro de 2015, Denise procurou uma unidade da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação, em Belo Horizonte (MG), referência no país. Segundo ela, Matheus só não pode ser atendido no hospital porque no momento utiliza anticonvulsivo. Na oportunidade, a família também obteve mais informações sobre a cirurgia que pretende para o menino, uma espécie de transplante de células-tronco.

– Eles explicaram que não existe esta operação no Brasil, que nos EUA fazem, mas é muito arriscado. De cada dez crianças que se submetem, cinco podem ficar mais ou menos, e cinco podem ir a óbito – afirma a mãe.

Intenção é fazer a primeira viagem em maio

Para obter mais informações sobre os riscos da cirurgia e outros detalhes da reabilitação, Denise pretende levar o filho aos Estados Unidos em maio deste ano. Para isso, precisa juntar R$ 20 mil. A fonoaudióloga que atende Matheus e está intermediando o contato também irá.

– Queremos ir para que vejam as condições de saúde dele e levar todos os exames. Só a parte de trás do cérebro se salvou. Então, existe uma parte que pode se regenerar (com as células-tronco). Mas ainda não se sabe o que vai melhorar.

Depois disso, a campanha deverá ser reforçada:

– Assim que voltarmos de lá, vamos fazer galeto, baile, tudo para arrecadar o dinheiro. Também coloquei a minha casa à venda. Quero levar ele em janeiro para operar – planeja a mãe.

SAIBA MAIS

/// A família aceita todos os tipos de doações para o brechó que realiza todos os domingos, desde móveis, roupas, utensílios. Também aceita doações de leite condensado e ingredientes para os doces, cucas e pães que produz para vender. Interessados podem ligar para 9241-7239 ou 8542-9896 (também contatos por WhatsApp).

/// O brique-brechó é realizado todos os domingos à tarde, a partir das 13h. A cuca custa R$ 5 e o pão, R$ 5. A caixa com 12 doces custa R$ 10.

/// Há uma conta na Caixa, para interessados em fazer depósito. Agência 3452, operação 013, conta 2931.

/// Para saber mais: na página Na luta com nosso anjinho Mateus, no Facebook, há detalhes da campanha, e no perfil Mateus Barros.

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