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Seu problema é nosso

Falta de acessibilidade em Viamão é obstáculo para deficientes físicos

Sem rampas adequadas nas calçadas, Dilceu se sente excluído por não ter o direito e ir e vir para onde quiser

06/04/2016 - 08h34min

Atualizada em: 06/04/2016 - 08h36min


Para ir e voltar da fisioterapia, o servidor público Dilceu dos Santos Flores Júnior, 44 anos, pega dois ônibus e enfrenta ruas esburacadas e sem acessibilidade em Viamão. Cadeirante, ele reclama que a cidade não oferece estrutura para atender os deficientes físicos.

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Dilceu sofreu um acidente quando era bebê, o que causou infecção na medula e o deixou paraplégico. Desde então, ele

depende de aparelhos e tratamentos ortopédicos para se locomover.

Dificuldades

Um rebaixamento na calçada é o único acesso um pouco menos dificultoso para quem precisa das rampas. Dilceu sente-se excluído pela prefeitura que, segundo ele, não investe em melhorias para quem depende de cadeira de rodas.

– Eles fazem tudo daquele “jeitinho brasileiro”, é uma vergonha – diz.

A clínica onde Dilceu faz tratamento três vezes por semana fica na Parada 57, na entrada da cidade, e o fluxo intenso de veículos é outro fator que preocupa.

– Se na entrada do município que tem asfalto é assim, imagina nos bairros e vilas, que é chão de terra, cheio de buracos – diz ele.

Ônibus

Os coletivos são outro motivo de reclamação. Ele diz que a maioria dos ônibus não é adaptado e, se tem elevador, está estragado. Fora o cinto de segurança, sempre com defeito.

– A cidade não apresenta soluções para a minha necessidade e me sinto discriminado. Sou obrigado a ficar em casa porque não tem rampa para subir com a cadeira – queixa-se.

Há dois meses, ele criou um grupo no WhatsApp, chamado “Deficiente na Luta”, para trocar experiências e buscar soluções junto a outros portadores de alguma limitação. O grupo se tornou um ponto de apoio para os participantes. Apesar de ser apenas um passo, Dilceu se sente encorajado com o engajamento dos colegas.

Prefeitura fica só na promessa

A prefeitura informou que em 2015 adaptou o Código de Obras e Posturas às normas brasileiras que garantam o acesso de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, e que pretende fiscalizar para que os estabelecimentos cumpram as leis de acessibilidade.

Sobre a reclamação dos ônibus, informou: “pedimos que sejam protocoladas as queixas indicando o prefixo do ônibus para vistoria. O protocolo deve ser aberto no Fala Cidadão pelo telefone 156.”

“Se necessário, o senhor Dilceu pode registrar um pedido no 156 para o rebaixe de calçadas ou colocação de rampas em locais de extrema necessidade. O pedido será analisado pela prefeitura.”

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