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Opinião

No impeachment, torço pelo relógio

06/04/2016 - 14h29min

Atualizada em: 06/04/2016 - 16h22min


Você está na frente da tevê ou no estádio. Seu time está ganhando por 1 a 0, mas o adversário está dando sufoco. Nestas circunstâncias, qual é a maior vontade que dá? Que o jogo acabe! A alegria pelo placar em andamento é menor do que a ansiedade para que tudo termine bem. Nesta circunstância, a gente fica vesgo! É um olho na bola e outro no relógio. Quem gosta de futebol, sabe: em jogos de alta tensão, costumamos dizer que torcemos mais pelo relógio andar rápido do que pelo próprio time. E como o segundos parecem lentos quando queremos logo ouvir o apito final. Ao contrário, quando estamos perdendo, o tempo voa.

Na atual conjuntura política do Brasil, esta lógica se inverte. Me peguei pensando nisso hoje. Estamos todos perdendo e o relógio não anda! Já perceberam isso? Vivemos uma crise econômica, política e moral violenta. Notícias sobre desemprego, inflação, redução de orçamentos, corrupção e escândalos brotam a todo instante. Ou seja: nós, brasileiros, estamos num jogo em que estamos levando de goleada. Se sou PT ou anti-PT, não importa.

Se desejo o impeachment da presidente, de seu vice, do Cunha, do Calheiros ou de todos os suspeitos de maracutaias milionárias? Minha resposta é: estou torcendo pelo relógio! Enquanto torcedor, faço isso quando meu time está ganhando. Mas, enquanto cidadão brasileiro que está levando goleadas diárias da crise, estou ansioso que o tempo corra. Pior que está, acho que não pode ficar. E quando digo isso, não é porque entendo que o PT é o pior partido do mundo. Torço para que o processo do impeachment tenha logo seu final.

Nome? Não. Quero ideias

Só assim o Brasil, especialmente os políticos, voltarão (assim deveria ser, ao menos) suas atenções aos problemas que impactam nossa vida, como a liberação de verbas nas áreas de saúde, educação, segurança, estradas. Tem ainda a reforma da previdência, a conclusão de obras, o chamamento de concursados.

Quando deputados, senadores, ministros e governantes em geral não precisarem mais gastar 100% de sua rotina para negociar votos pró ou contra o impeachment, haverá chance de a crise ser combatida.Enfim, torço para que o relógio ande rápido e nos traga esperanças.

Seguramente haverá dias melhores quando pararmos de discutir nomes para debater projetos ou ideias.


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