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Nova fase da Lava Jato prende ex-secretário do PT e empresário ligado ao partido

Delúbio Soares foi levado para depor e ex-secretário do partido foi preso nesta manhã 

01/04/2016 - 10h53min

Atualizada em: 01/04/2016 - 10h54min


Rádio Gaúcha
Rádio Gaúcha

A Polícia Federal deu início na manhã desta sexta-feira (1º) à 27ª fase da Operação Lava Jato. Os fatos investigados nesta fase apuram crimes de extorsão, falsidade ideológica, fraude, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. A apuração tem como alvo o esquema de lavagem de capitais de cerca de R$ 6 milhões provenientes do crime de gestão fraudulenta do Banco Schahin, cujo prejuízo foi posteriormente repassado à Petrobras.

São cumpridas 12 ordens judiciais, sendo oito mandados de busca e apreensão, dois mandados de prisão temporária e outros dois mandados de condução coercitiva. O empresário Ronan Maria Pinto e o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira foram presos. O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o jornalista Breno Altman foram conduzidos coercitivamente.

Ao todo, 50 policiais participam das diligências em São Paulo, Osasco, Carapicuíba e Santo André. A ação, intitulada Operação Carbono 14, é uma referência a procedimentos utilizados pela ciência para a datação de itens e a investigação de fatos antigos.

Acompanhe coletiva de imprensa que detalha operação:

Operação

Conforme o Ministério Público Federal, constatou-se que José Carlos Bumlai contraiu um empréstimo fraudulento junto ao Banco Schahin em outubro de 2004, no montante de R$ 12 milhões. Segundo a investigação, o valor tinha por finalidade a “quitação” de dívidas do Partido dos Trabalhadores (PT) e foi pago por intermédio da contratação fraudulenta da Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, pela Petrobras, em 2009, ao custo de US$ 1,6 bilhão.

A partir de diligências, descobriu-se que pelo menos R$ 6 milhões tiveram como destino o empresário do município de Santo André (SP), Ronan Maria Pinto. Para fazer os recursos chegarem ao destinatário final, foi arquitetado um esquema de lavagem de capitais, envolvendo Ronan, pessoas ligadas ao PT e terceiros envolvidos na operacionalização da lavagem do dinheiro proveniente do crime contra o sistema financeiro nacional.

Conforme a nota divulgada pelo Ministério Público Federal, "há evidências de que este empresário carioca realizou transferências diretas para a Expresso Nova Santo André, empresa de ônibus controlada por Ronan Maria Pinto, além de outras pessoas físicas e jurídicas indicadas pelo empresário para recebimento de valores. Dentre as pessoas indicadas para recebimento dos valores por Ronan, estava o então acionista controlador do Jornal Diário do Grande ABC, que recebeu R$ 210.000 em 9/11/2004. Na época, o controle acionário do periódico estava sendo vendido a Ronan Maria Pinto em parcelas de R$ 210.000. Suspeita-se que uma parte das ações foi adquirida com o dinheiro proveniente do Banco Schahin. Uma das estratégias usadas para conferir aparência legítima às transferências espúrias dos valores foi a realização de um contrato de mútuo simulado, o qual havia sido apreendido em fase anterior da Operação Lava Jato."

O MPF também destacou que os investigados com prisão determinada já tiveram prévio envolvimento com crimes de corrupção.

Os presos serão encaminhados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba/PR, enquanto aqueles conduzidos para depoimentos serão ouvidos na capital paulista. A ação, intitulada Operação Carbono 14, é uma referência a procedimentos utilizados pela ciência para a datação de itens e a investigação de fatos antigos.

Detalhamento dos mandados

São Paulo: três mandados de busca e apreensão e dois mandados de condução coercitiva;

Osasco: um mandado de busca e apreensão;

Carapicuíba: um mandado de busca e apreensão e um mandado de prisão temporária;

Santo André: três mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão temporária

* Rádio Gaúcha


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