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Seu problema é nosso

Ponte em Arambaré não recebe manutenção desde 2013 e comunidade sofre as consequências

Prefeitura garante que enviou projeto para reforma, mas Câmara rejeitou

11/07/2016 - 08h34min

Atualizada em: 11/07/2016 - 08h34min


Desde 2013, quando a passagem de veículos ficou restrita apenas para os de até 15 toneladas por causa das condições de infraestrutura, muita gente ficou prejudicada por não conseguir atravessar de ônibus a ponte João Goulart, em Arambaré, no Litoral Sul do Estado. Entre eles, os estudantes da Escola Municipal Atahualpa Irineo Cibils, que fazem baldeação e enfrentam uma caminhada perigosa pela passagem destinada a pedestres.São 91,4m de extensão percorridos de segunda a sexta-feira, nas mais diversas condições climáticas.

A ponte passa sobre o Arroio Velhaco e é um acesso do município para a ERS-350 em direção à vizinha Tapes. O caso é motivo de denúncia por parte do autônomo Fabrício Medeiros, 34 anos, morador de Arambaré.

– Os estudantes enfrentam cerração, chuva e chegam completamente encharcados na escola. Será que os vereadores que votaram contra o projeto de financiamento da reforma da ponte enviado pela prefeitura não se comovem com a situação? – critica Fabrício.

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A ponte foi construída no governo Brizola, em 1962. A estrutura caiu depois de um acidente envolvendo uma carreta, em 1992. Quando foi reinaugurada, em 1994, a parte metálica para sustentação da ponte não foi trocada.

Em 2013, a prefeitura trocou o madeirame da estrutura.

No entanto, isso não foi suficiente para resolver o problema. Com o passar dos anos, o ferro de sustentação foi corroído.

Sustentação de ferro está desgastada

Movimento

Há seis meses, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) ajudou a prefeitura de Arambaré fazendo um levantamento dos materiais necessários para a reforma.

No ano passado, a cabeceira da ponte chegou a ceder devido à força do arroio.

O trecho é muito utilizado pelos moradores e, no verão, é caminho dos veranistas que se deslocam a Tapes.

– A prefeitura está de boa vontade, o problema é que a Câmara de Vereadores está travando o empréstimo. Nas audiências, só um vereador comparece – reclama.

Prefeita enviou projetos, mas Câmara rejeitou

A prefeita Joselena Becker Scherer diz que há um entrave entre o município e o Daer sobre a responsabilidade pela conservação da ponte. Diz que em 2014, o Daer se comprometeu com a reforma, marcada para março de 2015, mas voltou atrás.

– O Daer disse que a ponte não é de sua responsabilidade. Não existe um termo de entrega da ponte para o município, mas eu tomei a iniciativa de fazer a reforma – diz.

Em novembro, Joselena enviou um projeto para a Câmara, solicitando financiamento para a construção da nova estrutura, orçado em R$ 1,6 milhões, que foi rejeitado. No começo do ano, outro projeto pedindo financiamento para a reforma, estimado em R$ 700 mil, foi recusado.

A prefeitura vai entrar com processo judicial contra a Câmara e tentará novamente um convênio com o Daer para o financiamento da obra.

Câmara justifica a recusa

A presidente da Câmara de Vereadores, Marizeti Medeiros Dias, informou que os vereadores que rejeitaram o projeto da prefeitura não são contra a reforma da ponte, mas que nenhum profissional habilitado foi contratado pela prefeitura para fornecer um laudo. Por isso, não podem autorizar o endividamento do município em até R$ 1 milhão sem garantia de que o valor seria usado efetivamente na obra, principalmente devido às dificuldades financeiras do município.

Segundo Marizeti, o endividamento proposto poderia acarretar em maiores dificuldades para a população, já que o empréstimo tem como garantia o repasse de recursos institucionais (ICMS e FPM).

Produção: Carolina Lewis e Shállon Teobaldo



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