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Carlos Etchichury: é hora de um pacto pela vida

05/03/2017 - 12h14min

Atualizada em: 05/03/2017 - 15h23min


Carlos Etchichury
Carlos Etchichury
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O secretário da Segurança Pública, Cezar Schirmer, está diante da maior crise de segurança da história do Rio Grande do Sul. Com um latrocínio a cada dez dias e cerca de 40 assassinatos para cada grupo de 100 mil pessoas, Porto Alegre se tornou uma cidade inóspita e embrutecida – dependendo do bairro onde você vive, é real a possibilidade de deparar com uma cabeça separada do corpo, um braço decepado, uma perna amputada. É que o crime organizado decidiu, por capricho, torturar e esquartejar rivais.

Diante deste cenário, o que faz o nosso secretário? Pouco. Não lhe faltam seriedade e boa vontade. Faltam projetos e, até que Schirmer prove o contrário, competência.

É urgente uma iniciativa que mobilize toda sociedade com um único, claro e óbvio objetivo: a defesa da vida.

É preciso estancar as mortes. Vou repetir: nada é mais importante no Rio Grande do Sul nos dias atuais que estancar as mortes.

Estamos perdendo uma geração de jovens (muitos inocentes), vítimas de homicídios, e centenas de vítimas de latrocínio.

Prefeituras, universidades, organizações sociais, secretarias do Estado, polícias precisam ser mobilizadas. Use o prestígio que o cargo lhe confere e faça algo, secretário. Vamos ocupar as ruas, disputar os jovens com o tráfico. É preciso coragem. É necessário criatividade. Todos estão ávidos para ajudar, secretário. O senhor não percebe?

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Até quando?

Chega de conversa fiada. Não adianta repetir que faltam recursos, que não temos policiais, que são criminosos que se matam (por favor!), que não temos vagas em cadeias... O governador José Ivo Sartori sabia de tudo isso quando foi eleito governador. E, mesmo diante da crise, reduziu o percentual destinado à Segurança Pública.

Enquanto o governo não reage, jovens como o doutorando em Física na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) Masahiro Hatori, 29 anos, continuarão morrendo. Perceba a dimensão desta morte, secretário. É uma perda humana e social irreparável. Estudante brilhante, o jovem foi abordado por bandidos quando caminhava pela Rua Joaquim Silveira, Bairro São Sebastião, na Zona Norte da cidade, acompanhado da noiva e de uma prima dela, no final da tarde de sexta-feira, dia 3. Assustado, teria tentado tirar das costas a mochila que usava, mas não conseguiu.

Morreu atingido por um tiro na cabeça. É a sexta vítima de latrocínio este ano na Capital.

Até quando, secretário?



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