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Papo reto

Manoel Soares: "O poder e a loucura, quando se juntam, dão luz à burrice"

O mundo do crime, que seduz a juventude, faz dela sua maior vítima

06/05/2017 - 08h00min

Atualizada em: 06/05/2017 - 08h02min


O crime existe há séculos. Desde o grande comércio de ópio, que foi a base para grandes fortunas no Oriente, passando pelo charmoso mundo da máfia italiana até os meninos que, nos becos, gastam boa parte dos lucros de vidas ilegais em camisas de times europeus e em bebidas.

Geralmente, tentam advogar suas atitudes com a raiz social, mas, no fundo, são deprimidos e traumatizados, excluídos da arte do pensamento e consumidos por dores. Buscam uma fração de segundo de poder, como se isso servisse de analgésico para uma alma fraturada.

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Hoje, a expectativa de vida no crime baixou: chegar aos 25 anos é algo raro. Além da tristeza da morte, temos jovens líderes que já pertencem a cartéis como os orientais e mafiosos como Capone. A diferença é que, no tempo deles, não tinham hormônios se debatendo no corpo para confundir o que é coragem e o que é impulso.

O poder e a loucura, quando se juntam, dão luz à burrice, a mesma que faz meninos atirarem em viaturas e postos de polícia. Eles olham para o teto sem entender como tudo aconteceu, se cochilam, despertam com o helicóptero da Brigada Militar atormentando seus sonhos. A pior parte é que muitos quem leem meu texto hoje, no sábado que vem, não poderão ler, porque estarão mortos. Então, para estes, esse é meu último texto.



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