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Clima positivo

Comércio gaúcho vê melhora do movimento em shoppings e lojas de rua

Fim de restrições e abertura de novos negócios levam à percepção otimista de lojistas e entidades do setor

21/04/2022 - 08h33min

Atualizada em: 21/04/2022 - 08h34min


Bruna Oliveira
Bruna Oliveira
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Mateus Bruxel / Agencia RBS

A melhora nos índices da pandemia e o fim de várias restrições sanitárias, que têm permitido maior circulação de pessoas e a retomada gradual de atividades, tem mostrado seus efeitos no comércio. Entre lojistas e entidades do setor, a percepção é de melhora no movimento desde o início do ano, com ainda mais força desde a Páscoa. 

No comércio de rua, as calçadas voltaram a ficar cheias e as vitrines a disputar curiosidade dos consumidores. No Centro de Porto Alegre, região que concentra grande parte das operações desse tipo e que serve de termômetro do varejo, o movimento ainda não se iguala ao período anterior à pandemia, mas já melhorou bastante. 

— Tenho conversado com os lojistas e todos já percebem melhora do movimento nas lojas. Até pelo trânsito é perceptível. Alguns comentam que até disso estávamos com saudades, entre aspas, porque congestionamento gera fluxo, e, portanto, mais consumo — diz Piva. 

 Vários fatores explicam o momento de otimismo, embora ainda moderado, diz o presidente do Sindilojas Porto Alegre, Arcione Piva. A entidade não tem dados oficiais sobre o movimento nas operações, mas diz que o sentimento entre os empresários lojistas é positivo. 

Além da sequência de datas comemorativas, com o Dia das Mães no horizonte, celebrado em maio, a proximidade do inverno tende a trazer mais necessidade de consumo, aumentando a procura por itens novos, como casacos e calçados. No caso de Porto Alegre, há ainda grande expectativa pela realização do South Summit, também em maio, que deve trazer gente de fora para a Capital

— A economia é uma roda vida e se movimenta conforme as pessoas se movimentam. A percepção é de que as pessoas estão se movimentando, e isso anima os lojistas — diz Piva. 

Outros dois fatores são esperados para aquecer as vendas no comércio: a liberação do saque emergencial do FGTS no valor de até R$ 1 mil e a antecipação do pagamento do 13º salário dos aposentados. Piva cita que a expectativa é de que em torno R$ 6,2 bilhões sejam injetados na economia do Rio Grande do Sul com a liberação dos benefícios, o que certamente terá reflexos positivos no varejo.  

— Quando um segmento começa a melhorar, outros vêm junto. Ainda temos um aumento de inadimplência para superar, mas, em seguida, isso vira aumento de consumo quando se quitam as dívidas — projeta Piva. 

A economista da Fecomércio-RS, Giovana Menegotto, reforça a percepção de que há, neste momento, um espaço importante de reabertura e consequente acesso das pessoas a atividades que até então vinham reprimidas. Mas acrescenta que o contexto macroeconômico exige atenção. A inflação alta, o crédito caro e a inadimplência, por exemplo, ainda mantêm o consumidor cauteloso e exigem tato do comerciante ao conduzir os seus negócios.   

— Quem está atento às condições em que o cliente está vai conseguir encaixar a oportunidade e vender mais — comenta Giovana. 

Nos shoppings da Capital, onde muitas marcas tiveram de encerrar operações no período mais crítico de restrições por conta da pandemia, os tapumes voltam a dar espaço às novas lojas. No Shopping Iguatemi, oito novas operações foram inauguradas desde o início do ano – seis delas somente em abril. No mesmo período de 2021, foram inauguradas quatro operações.  

Gerente de marketing do Shopping Total, Sílvia Rachewsky comenta que o movimento tem se acentuado no empreendimento desde o começo do ano, mas que a retomada de eventos realizados pelo próprio estabelecimento tem impulsionado a procura. Em março, o local voltou a realizar a sua tradicional data de liquidações, o Loucura Total, após dois anos sem edição. 

Desde o início do ano, o Total soma 15 novas operações, com sete contratos fechados somente em abril. Fora outras negociações ainda em andamento, adianta Sílvia, focadas também na área de educação e saúde. 

— Este ano, já tivemos três lojas que trabalhavam no digital e abriram espaço físico. Uma delas veio para o shopping no ano passado, e já está na terceira ampliação de área. Dobrou de tamanho e aumentou o mix — exemplifica a gerente do Total.  

Situação semelhante no BarraShoppingSul, que reforçou o mix de lojas com a inauguração de sete novas operações. Outras 16 estão previstas até setembro. No ano passado, o empreendimento também inaugurou nova fase do polo de gastronomia Baixo Barra, com espaço integrado a boulevard de 1,5 mil metros quadrados.


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