Notícias



Perigo na rua

Moradores do Partenon reclamam de buraco que engole calçada desde janeiro

Duas pessoas já caíram e carros ficaram com rodas presas no vão; Dmae previa conserto entre maio e julho, mas, após vistoria, afirma que iniciará obra na próxima semana

03/04/2022 - 12h58min

Atualizada em: 03/04/2022 - 13h01min


GZH
GZH

Um buraco no meio da calçada na Rua Luiz de Camões, no bairro Partenon, em Porto Alegre, tem gerado transtornos à população, que o vê se alargar cada vez mais. Há relatos de pedestres que caíram no vão e de carros que ficaram com rodas presas. 

Os moradores denunciam que há descaso e demora do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae). Gustavo Friedrich, 43 anos, engenheiro agrônomo e subsíndico do prédio localizado em frente ao buraco, relata que a população já procurou o órgão diversas vezes para resolver o problema, por meio de ligações e da abertura de protocolos de solicitação — em torno de 10. O último havia sido aberto por um morador de outro prédio, que também sofre com os alagamentos que ocorrem na região e que teriam originado o buraco. 

O Dmae estipulou um prazo de 10 dias para o conserto, o que não ocorreu. Um novo prazo foi dado: o último domingo (27) — novamente, nada foi feito. O síndico do prédio, Carlos Alberto Stefanelli, 64, tornou a procurar o departamento e, após as conversas, informou para os condôminos que os protocolos haviam sido encerrados porque seria necessário refazer a tubulação da rua, o que poderia estar sujeito inclusive a uma licitação. Assim, a pendência não estaria mais com o órgão. O mais recente prazo fornecido para solucionar o problema era de maio a julho.

— Para nós, é muito tempo. Enquanto isso, ficamos com o buraco — enfatiza Friedrich. — Se vier uma próxima chuva, não vamos poder sair com os carros dali.

Questionado sobre isso por GZH, o Dmae foi até o local nesta sexta-feira (1º) e constatou a necessidade de reforma da rede, o que deve ocorrer na próxima semana.

Os moradores da rua afirmam que o problema de escoamento da chuva é antigo e gera alagamentos. Eles teriam solicitado providências à prefeitura diversas vezes, mas tem sido realizada somente a limpeza do bueiro, dizem. No final do ano passado, a tubulação teria entupido e, com as chuvas e o excesso de água acumulada, a tampa do bueiro passou a sair do lugar, inundando o prédio e a garagem. Em janeiro, o problema se agravou, e o solo começou a ceder.

— Começou bem pequeno, mas já está na metade da largura da calçada, avançando em direção à passagem de carros — relata Friedrich. 

Ele conta que o buraco, por estar localizado quase em frente à garagem do edifício, tem atrapalhado a saída dos carros, e a caminhonete de uma moradora quase caiu. Além disso, dificulta a manobra dos veículos na calçada — dois já ficaram com a roda presa —, o que contribui ainda mais para o desmoronamento. O vão também representa um perigo para os pedestres:

— Já houve dois pedestres que caíram, inclusive um funcionário da prefeitura. Eles estavam mexendo no celular, mas não se machucaram.

Os cavaletes do Dmae que alertam para o perigo também acabaram caindo dentro do buraco com a chuva — e, segundo os moradores, foram consertados pela própria população.

O que diz o Dmae

O Dmae informou que não há necessidade de abrir uma licitação, contrariando a informação recebida pelos moradores. Segundo o órgão, técnicos verificaram a situação na manhã desta sexta-feira e farão a reconstrução da rede pluvial na próxima semana, a depender das condições climáticas, que podem atrasar o início das obras. O departamento não soube precisar o que deu origem ao buraco e afirmou que seria necessário abrir mais para visualizar o tipo de rompimento na tubulação.

Em relação à demora para atender à solicitação da população, o órgão afirma que os serviços pluviais passaram para o Dmae em 2019, após a extinção do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), e que havia muita demanda represada. “Quem atende essas demandas é uma empresa terceirizada, e o contrato iniciou há pouco. O prazo tem sido em média nesse período, de 60 a 70 dias. Dependendo da gravidade. Hoje (), como a engenheira vistoriou, notou a necessidade de fazer a reconstrução o quanto antes”, informou a assessoria do Dmae.

Produção: Fernanda Polo


MAIS SOBRE

Últimas Notícias