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Ginásio Tesourinha passará por obras de revitalização que podem chegar a R$ 10 milhões

Etapa inicial custará R$ 2 milhões em projeto que vai atualizar e tornar acessíveis os espaços, mas depende da captação de mais recursos para sua conclusão

19/10/2022 - 09h01min

Atualizada em: 19/10/2022 - 09h02min


Luiz Dibe
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O Ginásio Municipal Osmar Fortes Barcellos, o Tesourinha, maior estrutura pública coberta para a prática esportiva em Porto Alegre, dará início ao processo de revitalização de suas dependências. A primeira etapa, que envolve a recuperação das instalações hidráulicas e elétricas, portas, janelas e vidraças, está orçada em R$ 2 milhões e também irá constituir equipamentos de acessibilidade em metade dos espaços existentes no elo inferior (primeiro pavimento) da edificação. A previsão é de que a construtora Plano M, vencedora da licitação, dê início às obras em novembro.

O anúncio sobre a destinação do recurso para o início das reformas foi feito pelo prefeito Sebastião Melo no último sábado (15), quando o ginásio completou 31 anos de existência e teve uma solenidade para celebrar a data. A estimativa da administração é de que a revitalização — que engloba recuperação e modernização das estruturas — tenha um custo total próximo dos R$ 10 milhões. Os R$ 8 milhões necessários ao conjunto das obras ainda precisam ser captados.

— Estamos muito animados com a possibilidade de darmos partida ao grande projeto de recuperação do Tesourinha. Foram necessários quatro processos de licitação até que uma empresa se enquadrasse no perfil desse projeto, que vai qualificar os espaços, ampliar a capacidade de prestar serviços gratuitos à comunidade e até permitir a volta de eventos competitivos no ginásio público. Hoje, temos R$ 800 mil oriundos de emenda parlamentar e mais R$ 1,2 milhão em recursos do município — explica a secretária municipal de Esporte, Lazer e Juventude, Débora Garcia.

Atualmente, segundo ela, cerca de 600 pessoas frequentam semanalmente as atividades oferecidas no ginásio municipal, que está localizado na Avenida Erico Verissimo, no bairro Menino Deus. Há atividades direcionadas a crianças a partir dos seis anos e para adultos de todas as faixas etárias e até idosos.

Antes da pandemia, eram mais de 1 mil frequentadores. Contudo, o período de fechamento ocasionado pelas medidas restritivas durante a pandemia, somado aos anos de usufruto dos equipamentos e dos ambientes, conforme Débora Garcia, acentuou a degradação percebida no Tesourinha.

— Temos banheiros que têm infiltração nas paredes, mas que não têm água nas torneiras — exemplifica a secretária.

Além de sanitários e vestiários sem condição de uso, a rede elétrica também traz preocupação. O prédio sofre quedas de energia por conta da instabilidade em suas instalações. As salas com melhores condições de acomodação mantêm atividades de judô, balé, ioga, modalidades de dança, musculação, alongamento, consultas e tratamentos de fisioterapia esportiva. A quadra, apesar da evidente degradação no piso de madeira, ainda abriga as aulas de vôlei, câmbio (vôlei para idosos) e as oficinas de basquete. As dependências mais deterioradas servem apenas como depósitos para material e mobiliário.

De acordo com a secretária de Esporte, o projeto foi elaborado para a recuperação global do ginásio. Na etapa posterior, para a qual se projeta a obtenção de recursos por meio de diversas fontes, estão a recuperação do restante do pavimento inferior, envolvendo área administrativa; os dois anéis de arquibancadas (elo superior), entre os quais haverá um corredor acessível para cadeirantes, reforma do telhado, instalação de cabines de imprensa, sistemas de iluminação e sonorização; além de rampas e elevadores para permitir livre circulação de todos no local. Por fim, pintura da fachada e iluminação externa.

Acolhimento a sem-teto

Enquanto ocorrerem os trabalhos relacionados com a reforma, o serviço de acolhimento às pessoas em situação de rua não ocorrerá no ginásio. Durante o último inverno, o Tesourinha auxiliou na composição da rede de proteção social da cidade, abrigando centenas de pessoas nas noites frias e chuvosas. Outras unidades serão designadas pela prefeitura para suprir a demanda.

História ligada ao esporte

Osmar Fortes Barcellos, o Tesourinha, atleta negro que empresta seu nome para o ginásio municipal da Capital, foi um jogador de futebol que rompeu um dos mais fortes tabus da cultura esportiva gaúcha, tendo jogado no Internacional, em anos da década de 1940, e no Grêmio, já nos anos 1950. E, mais que isso, mantendo passagens exitosas em ambos os clubes. Barcellos faleceu em 1979. O ginásio foi inaugurado em 1991.


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