Notícias



Novos leitos

Associação compra estrutura do Hospital Parque Belém, fechado há seis anos; estimativa é reabrir parte dos serviços em 30 dias

Construída em 1940, instituição do bairro Belém Velho, em Porto Alegre, foi fechada em 2017 e precisa de reformas para receber população

26/04/2023 - 22h47min


Tiago Boff
Tiago Boff
Enviar E-mail

Em um mês, Porto Alegre deverá ganhar um novo hospital, a partir de uma estrutura erguida há oito décadas: o Parque Belém, na Avenida Oscar Pereira, bairro Belém Velho, foi comprado pela Associação Hospitalar Vila Nova, que já tem planos de reativar a histórica estrutura construída em 1940. Procurada pela reportagem de GZH, a Secretaria Municipal de Saúde confirmou a operação.  

Leia mais notícias sobre saúde
Ministério da Saúde anuncia ampliação do reforço com vacina bivalente contra a covid-19 para pessoas acima de 18 anos
Transplante de medula: família de menina de Garibaldi faz campanha para encontrar doador compatível
Porto Alegre começa a vacinar crianças menores de seis anos contra a gripe nesta terça-feira

Segundo o diretor do Vila Nova, Dirceu Dalmolin, o objetivo é pegar as chaves nos próximos dias, reformar o necessário e oferecer serviços clínicos e psiquiátricos. 

— Em 30 dias queremos reabrir com algumas coisas já. O hospital tem muito potencial, a cidade está com postos lotados, emergências lotadas, e precisando de leitos. Será a nossa grande contribuição para Porto Alegre — celebra. 

A previsão do diretor é abrir 150 leitos. Ainda está em estudo como serão distribuídas essas vagas, tanto para convênios quanto para Sistema Único de Saúde.

A aquisição pelo Vila Nova ocorreu em um leilão na tarde da última segunda-feira (24). O valor pago foi de R$ 17,6 milhões, correspondente ao edifício e mais três hectares, onde funcionarão estacionamento e salas de apoio.

Da falência ao leilão: espaço será “repaginado” 

O complexo encerrou as atividades em 24 de maio de 2017, com a demissão de 50 funcionários, entre técnicos, enfermeiros e equipes médicas que atendiam 200 leitos - entre UTI, salas de cirurgia e administração dos equipamentos para realização de exames e tratamentos. A justificativa da Associação Sanatório Belém, que administrava o espaço na época, foi de derrocada financeira.

Desde então, o mato cresceu no amplo terreno, que tem 30 matrículas no registro de imóveis da prefeitura. Nos primeiros dias de combate à pandemia, em março de 2020, o então prefeito Nelson Marchezan Jr. determinou a retirada de equipamentos de UTI que estavam há três anos parados na instituição. Parte dessas máquinas poderá ser resgatada, segundo estimativa dos novos mandatários.

O ousado plano de reabrir em um mês exigirá a busca de recursos do município, Estado e do governo federal, segundo Dalmolin. Os maiores problemas estão na fiação elétrica, pintura e roçada, com estimativa semelhante ao valor despendido na compra: R$ 17 milhões para o que é considerado “uma repaginada” no espaço. 

— Tem partes do hospital inclusive com leitos montadas, cama, lençol, cobertor, tudo. É um crime para a cidade isso aí estar fechado — define. 

Um CNPJ está sendo criado, sem ligação com a antiga mantenedora. O novo nome será Sinos de Belém. 

— Para dar um caráter religioso. A gente vai ter um sino na saída do hospital, e quando as pessoas tiverem alta, curadas, vão bater o sino e agradecer o poderoso lá de cima — refere à Deus o diretor. 

Além do Hospital Vila Nova, no bairro de mesmo nome na Capital, a associação administra instituições filantrópicas e 100% SUS em ao menos sete cidades: Guaíba, Camaquã, Taquara, Charqueadas, Campo Bom, Caçapava do Sul e Santo Antônio da Patrulha. 

Em 2021, os repórteres Adriana Irion e Humberto Trezzi revelaram que os herdeiros do associação Parque Belém cobravam, na Justiça, R$ 945 mil em aluguéis atrasados. Luiz Augusto Pereira, um dos irmãos detentores do prédio, foi procurado na manhã desta quarta-feira (26), mas não atendeu as ligações nem respondeu às mensagens de texto.



MAIS SOBRE

Últimas Notícias