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Inclusão digital

Projeto leva internet para crianças e jovens de comunidade quilombola em Canoas

Chácara das Rosas foi o primeiro local a receber ação do Conecta Quilombos

03/04/2023 - 11h59min

Atualizada em: 03/04/2023 - 12h00min


Kathlyn Moreira
Kathlyn Moreira
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Com a suspensão das aulas presenciais durante os períodos mais críticos da pandemia de coronavírus, famílias de baixa renda sentiram ainda mais o peso de não ter acesso à internet em casa. O problema atingiu crianças e jovens da comunidade quilombola Chácara das Pedras, localizada no bairro Marechal Rondon, em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre. O projeto Conecta Quilombo quer mudar esse cenário.

— Era bem difícil o acesso para eles poderem estudar. Muitos reprovaram por falta de entrega de trabalhos e provas porque não tinham internet em casa —relata Giane Sanchez dos Santos, 35 anos, coordenadora do quilombo.

O projeto, promovido pelo grupo Mocambo, de Porto Alegre, conseguiu levar a inclusão digital para os 16 adolescentes e 20 crianças que fazem parte da comunidade. 

— A gente percebeu a dificuldade que as crianças e adolescentes quilombolas estavam tendo para assistir às aulas online. Começamos a buscar parcerias para garantir que pudessem ter internet gratuita e melhorar a comunicação externa e também entre as comunidades — explica Ivonete Carvalho, coordenadora do projeto Conecta Quilombos. 

Os recursos vieram de uma colaboração firmada com o Ministério Público do Trabalho (MPT-RS). Segundo Ivonete, o dinheiro pago com multas de autuações trabalhistas foi revertido para compra dos equipamentos, que foram instalados dentro do quilombo em Canoas, permitindo acesso ao sinal para cerca de 30 famílias. 

A comunidade Chácara das Rosas foi a primeira a receber a ação, mas a ideia é estender para outros quilombos pelo Estado. Em razão disso, o grupo busca mais parcerias. 

— Nós entendemos que inclusão digital é inclusão social — salienta Ivonete. 

Como funciona a parceria com o MPT 

O Ministério Público do Trabalho faz a destinação de valores, bens e serviços visando a reparação dos danos morais coletivos decorrentes do descumprimento de normas trabalhistas. Conforme a Procuradora do MPT-RS, Márcia Medeiros de Farias, esses valores podem ser uma consequência de acordos realizados em inquéritos administrativos - por meio de Termos de Ajustamento de Condutas - ou de condenações judiciais.

Como são escolhidos os projetos beneficiados e quem pode se candidatar

Para que haja um acesso democrático a essas verbas, o MPT mantém um Cadastro de Projetos Sociais, no qual quaisquer entidades sem fins lucrativos ou órgãos públicos podem inscrever um projeto e ficarem aptas para receber as destinações. O site para cadastro das entidades pode ser acessado aqui.

Após estar cadastrada, a escolha da entidade acontece, principalmente, em razão de quem será beneficiado com o projeto e de qual o dano cometido pela empresa. A prioridade é sempre beneficiar a parte da sociedade que foi lesada com a irregularidade praticada.

As entidades beneficiadas devem prestar contas ao MPT de todo o valor destinado aos projetos. Para saber mais sobre a iniciativa e como ajudar, basta acessar este site.

Confira a entrevista sobre o projeto no quadro Repórter do Bem da Rádio Gaúcha:




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