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Qualificação

Construtora promove alfabetização de quem trabalha em seus canteiros de obra

No Rio Grande do Sul, o programa Escola Nota 10, da companhia MRV, é desenvolvido em Porto Alegre e Gravataí

16/11/2023 - 05h00min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Camila Hermes / Agencia RBS
No ano passado, 299 pessoas participaram da iniciativa e foram alfabetizadas

A companhia MRV, entre as maiores construtoras da América Latina, por meio do programa Escola Nota 10, tem sido um agente transformador na educação de colaboradores que atuam nos canteiros de obras da empresa em todo o Brasil. Com uma trajetória que já formou mais de 4,8 mil alunos em uma década, o principal objetivo do projeto, que é totalmente gratuito, é auxiliar na alfabetização e capacitação desses trabalhadores. 

Aqui, no território gaúcho, a iniciativa começou em julho do ano passado e já contou com mais de 40 alunos. Atualmente, a companhia conta com três pontos do programa: dois na Capital e um em Gravataí.

— A MRV instituiu a meta de ter 100% dos trabalhadores nos canteiros de obras alfabetizados. No último ano, foram 299 alunos alfabetizados em 34 escolas implantadas, com investimento de R$ 550 mil — conta o diretor-executivo de Relações Institucionais e Sustentabilidade do Grupo MRV&CO, Raphael Lafetá.

De acordo com os organizadores, o programa é dividido por módulos — também chamados de sprints —, que duram nove semanas, sendo três aulas semanais. Cada sprint tem a personalização de ensino conforme a necessidade dos inscritos, assim focando nos objetivos de cada turma.

O engenheiro de obras André Giudici, responsável pela construção do Porto Madrid, em Gravataí, um dos pontos onde a Escola Nota 10 atua, destaca a importância do projeto para sua equipe de trabalhadores:

— A gente acredita que esse é um crescimento contínuo e constante do funcionário, tanto pelo desenvolvimento da leitura quanto por capacitações técnicas. Com isso, conseguimos valorizar os nossos funcionários, até porque a carga horária do curso ocorre no final do expediente deles, na última uma hora e meia, por três dias na semana.

A iniciativa conta com a parceria da Alicerce Educação, empresa de impacto social que implanta a metodologia padronizada para todas as salas de aula nas obras da MRV pelo Brasil. Em média, com o modelo de ensino aplicado no curso, cada mês de aprendizado corresponde a um ano de formação escolar.

Rumo ao Encceja e aos cursos técnicos 

Quem já concluiu o Ensino Médio, participa do Escola Nota 10 visando, muitas vezes, ingressar em um curso técnico. Já para aqueles que não possuem escolaridade completa, um dos principais objetivos é buscar a aprovação no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), prova nacional que certifica a conclusão do Ensino Fundamental ou do Ensino Médio. Segundo André Giudici, 10 funcionários da obra de Gravataí já tiveram sua escolaridade reconhecida através desse exame

Camila Hermes / Agencia RBS
Gabrielli deseja cursar técnico em Edificações

Gabrielli Bento Simenes, 19 anos, trabalha na construção do Porto Madrid há mais de seis meses. Assim que iniciou seu trabalho por lá, ela ingressou no programa oferecido pela MRV com o objetivo inicial de ser aprovada no Encceja. No futuro, com a aprovação, a jovem deseja entrar em um curso técnico em Edificações.

Ela elogia a iniciativa destacando, principalmente, o tempo e a logística do curso:

Se não fosse o programa, eu não teria condição de encerrar o expediente e ainda ir estudar em uma escola fora daqui para buscar minha formação, seria muito corrido e cansativo.

A sua primeira função na obra era como auxiliar de limpeza. Hoje, atua como pintora de fachada. Já em seu terceiro módulo, Gabrielli nota com clareza a sua evolução pessoal e profissional:

— Sinto uma boa diferença, principalmente na fala e na escrita. Eu costumava escrever muitas palavras abreviadas e acabava esquecendo como era a escrita correta e até na forma como falar. O curso ajudou bastante nesse sentido também.

Produção: Leonardo Bender





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