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Michele Vaz Pradella: "Os livros que moldaram (e mudaram) minha vida"

Todas as quartas-feiras, jornalistas do Diário Gaúcho opinam sobre temas do cotidiano

01/11/2023 - 15h02min

Atualizada em: 01/11/2023 - 15h03min


Michele Vaz Pradella
Michele Vaz Pradella
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Agência RBS / Agência RBS
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Desde a última sexta-feira (27) e até o dia 15 de novembro, Porto Alegre oferece um atrativo a mais. A Feira do Livro, na Praça da Alfândega, é um verdadeiro paraíso para quem, assim como eu, respira literatura. 

"Cresci no meio de livros, fazendo amigos invisíveis em páginas que se desfaziam em pó cujo cheiro ainda conservo nas mãos", escreveu o espanhol Carlos Ruiz Zafón (1964-2020). Amo essa frase, talvez porque ela me defina, traduza em palavras um pouco da minha relação com a leitura. Aprendi a ler cedo, antes de entrar na escola. Nessa primeira fase da vida, meus companheiros inseparáveis eram Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali, entre tantos outros. Mauricio de Sousa me acompanhou nas primeiras palavras lidas e, confesso, até hoje compro gibis de vez em quando. 

A biblioteca da escola me apresentou a Pedro Bandeira, outro autor brasileiro que tem lugar cativo no coração de milhões de leitores. A Droga do Amor, A Droga da Obediência... Recomendo fortemente a quem quer presentear a gurizada entre 10 e 13 anos.

Na adolescência foi quando me abri para horizontes menos infantis, com poucos "felizes para sempre" e mais dureza do mundo. Aos 14, conheci Anne Frank e seu famoso Diário. Descobri os horrores do Holocausto e o drama de uma guria judia da minha idade, mas que tinha preocupações bem mais urgentes que as minhas, como sobreviver. Com Feliz Ano Velho, de Marcelo Rubens Paiva, entendi que a juventude é um sopro, e que um salto pode mudar tudo.

Depois de tantas histórias – reais ou de ficção – que consumi nos últimos anos, posso dizer que a literatura me salvou em diversos momentos. Das crises existenciais, das incertezas de uma pandemia, do caos social. Aprendi a ver o mundo com olhos mais atentos, consegui me despir de preconceitos, ser mais sensível à dor dos outros. 

Se a realidade está pesando nos teus ombros, vire a página. Literalmente falando.

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