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Onda de calor na Argentina deve causar temperatura de até 40ºC no RS

Municípios da metade oeste do Estado serão os mais afetados, dizem meteorologistas

01/02/2024 - 09h32min


Vinicius Coimbra
Vinicius Coimbra
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Mateus Bruxel / Agência RBS
Locais próximos à Argentina e ao Uruguai serão os mais afetados pelo calorão.

Municípios do Rio Grande do Sul devem registrar temperatura máxima de até 40ºC por conta de uma onda de calor que afeta a Argentina nesta semana. É esperado que o cenário dure até a próxima semana em locais da metade oeste do Estado, conforme meteorologistas.

Na terça-feira (30), cidades argentinas registraram máximas acima dos 40ºC. Segundo Marcelo Schneider, coordenador do 8º Distrito de Meteorologia do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os municípios próximos às fronteiras da Argentina e do Uruguai serão os mais afetados pela onda de calor, principalmente no fim de semana.

— Áreas como Bagé, Alegrete e São Borja devem ter temperatura acima de 35ºC, mas que podem beirar os 40ºC. A partir de terça-feira começa a reduzir a temperatura, mas aumenta o abafamento — diz.

Schneider acrescenta que o tempo seco na maior parte do Estado deve continuar nos próximos dias, cenário que mudará apenas no início da próxima semana.

— Há chance de pancadas de chuva de forma isolada a partir do fim de semana. Somente entre quinta-feira (8) e sexta-feira (9) pode haver chuva mais generalizada, em função do aumento da umidade no Estado — acrescenta o meteorologista.

Calorão na Argentina

Na terça-feira (30), o Serviço Meteorológico Nacional (SMN) da Argentina emitiu alertas de índices de temperatura extremos em 20 das 24 províncias do país. Nesse dia, segundo o jornal Clarín, cidades das províncias de Formosa e La Rioja – no norte – registraram temperatura máxima acima dos 40ºC. Os termômetros na capital Buenos Aires marcaram 34ºC no mesmo dia.

— O que ocorre na Argentina é um sistema de alta pressão na atmosfera que não permite a formação de nuvens. Isso causa maior aquecimento da superfície, somado ao movimento descendente do ar, que também aumenta o calor. A temperatura, por isso, fica 3ºC ou 4ºC acima da média. Não é algo normal para esta época do ano na Argentina. É uma onda de calor que pode ter sido agravada pelo El Niño — explica Henrique Repinaldo, meteorologista do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas (CPPMet/UFPel).

Conforme Repinaldo, no Rio Grande do Sul, regiões como a Serra, Litoral e Região Metropolitana não devem sofrer as consequências do calorão nos próximos dias. Porto Alegre terá um fim de semana típico de verão: sábado com máxima de 34ºC e domingo com 35ºC, segundo o Inmet.

Não há indicativo de temperatura extraordinária para a metade leste do Estado, e sim registros máximos entre 30ºC e 35ºC, o que é normal para o período. Esse sistema de alta pressão na atmosfera está na Argentina: por isso, as áreas mais próximas são as que vão sofrer mais com essa alta temperatura, como a Fronteira Oeste — diz o meteorologista da UFPel.

Além do governo argentino, o Instituto Uruguaio de Meteorologia (Inumet) também se posicionou sobre o fenômeno, ao emitir, na segunda-feira (29), um aviso sobre a atuação de uma onda de calor a partir do dia 1º de fevereiro, com máximas previstas entre 34ºC e 38ºC.


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