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Crise na saúde

Por superlotação, cirurgias de traumatologia do HPS de Porto Alegre também serão realizadas no Hospital da Restinga

Conforme Associação dos Servidores, pacientes estão internados nos corredores da instituição; Secretaria Municipal de Saúde nega situação e afirma que ampliou o número de camas nas salas de atendimento

08/03/2024 - 11h16min

Atualizada em: 08/03/2024 - 11h17min


Laura Becker
Laura Becker
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O Hospital de Pronto Socorro da Capital (HPS) registra superlotação na Emergência. Para tentar minimizar o quadro, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou nesta quinta-feira (7) que também vai realizar cirurgias de traumatologia no Hospital da Restinga.  Na terça-feira (5), um  hospital e duas UPAs da Capital registraram superlotação. 

Por meio de nota, a secretaria informou que serão realizadas seis cirurgias de fêmur por semana e oferecidas 400 consultas por mês para esta especialidade. A pasta afirma ainda que vai realizar 18 cirurgias eletivas por mês na instituição localizada no extremo-sul da Capital.

O alerta da superlotação no HPS também foi informado pela Associação de Servidores do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre. De acordo com a entidade, a casa de saúde vem sofrendo já nas últimas semanas com o aumento da procura de pacientes na Emergência. No entanto, por ser referência em atendimentos de trauma, a sobrecarga se alastra para os demais setores da instituição.

A Associação afirma que há pacientes sendo colocados nos corredores, enfrentando situações precárias de atendimento. A presidente da Associação e diretora do Sindicato dos Municipários (Simpa), Marília Iglesias, ressalta ainda que há falta de servidores para auxiliar os pacientes:

— Recentemente, tivemos um dia em que havia um servidor para atender três setores ao mesmo tempo. O normal era ter, no mínimo, cinco pessoas trabalhando nesta área. A falta de servidores já foi comunicada à secretaria e afeta todo o funcionamento do HPS.

Ainda segundo a Associação, a superlotação foi potencializada a partir do fechamento da emergência do Hospital de Viamão já que moradores da cidade e também de Alvorada passaram a buscar atendimento no HPS.

A Secretaria Municipal de Saúde nega que há pacientes acomodados nos corredores do HPS e afirma que, em casos de superlotação, são colocadas mais camas nas salas de atendimento. Em nota, a pasta afirma que os atendimentos acima da capacidade são observados em outras instituições.

Há cerca de duas semanas, a publicitária Arlise Henrique Cardoso presenciou a superlotação e carência de profissionais para atender os pacientes. Ela acompanhou a mãe durante os seis dias em que esteve no hospital por conta de uma fratura no fêmur.

— É revoltante a situação que observei lá. Havia falta de médicos, enfermeiros trabalhando por 24 horas e pouquíssimos técnicos em enfermagem. Em determinado momento, tinha 40 pacientes na sala e cinco técnicos para dar banho, ajudar na medicação e no atendimento — relatou.


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