A reabertura da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) pediátrica do Hospital Vila Nova, em Porto Alegre, até então esperada para este mês, não tem mais previsão para ocorrer. Em fevereiro deste ano, a reportagem de GZH divulgou que o espaço deveria ser retomado até o início de abril. No entanto, a diretora Administrativa da Associação Hospitalar Vila Nova, Thais Malcorra, afirma agora que não há mais uma data exata.

O local foi fechado em dezembro de 2023 por falta de recursos financeiros para a manutenção do serviço pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A interrupção ocorreu menos de seis meses depois da inauguração. 

No começo deste ano, a instituição estimou um custo mensal de R$ 600 mil para manter a operação. Em 2023, a UTI foi aberta em virtude da Operação Inverno e contou com apoio financeiro da prefeitura e do Estado, mas até agora a direção alega que não recebeu solicitação da Secretaria Municipal de Saúde.

Assim como em fevereiro, a planta arquitetônica ainda está em processo de aprovação junto à Vigilância Sanitária municipal. Conforme a direção do hospital, esta etapa é necessária para dar início à habilitação dos leitos. 

— Estes leitos têm um custo muito alto. Estamos na expectativa de conseguir habilitar a UTI pediátrica do hospital para esta unidade ser permanente — alega a diretora Administrativa da Associação Hospitalar Vila Nova, Thais Malcorra.

Ela ainda destaca que houve uma solicitação de ajustes por parte da Viglância Sanitária, mas que já foi atendida, aguardando agora um novo parecer.

A reportagem questionou a Secretaria Municipal de Saúde, que argumenta que está com um edital aberto para instituições manifestarem interesse em ofertar leitos de UTI. Conforme o documento, serão seis vagas pediátricas e 10 para adultos.

A medida serve para preparação da Operação de Inverno, período em que as doenças respiratórias sobrecarregam o sistema de saúde. Na semana passada, a emergência do Hospital de Clínicas, chegou a operar com 388% da capacidade.

Contratos encerrados em setembro

Até o mês de novembro, a UTI pediátrica ainda estava operando com recursos próprios, uma vez que os contratos com a prefeitura e a Secretaria Estadual de Saúde (SES) foram encerrados em setembro. Na época, o diretor da Associação Hospitalar Vila Nova, Dirceu Dal'Molin, afirmou à reportagem de GZH que as internações não estavam ocorrendo desde o fim dos contratos com os órgãos públicos.

A UTI pediátrica funcionou por cinco meses e meio após a abertura, dispondo de 10 respiradores, 10 monitores, 10 camas e 30 bombas de infusão destinados ao enfrentamento do aumento de casos de doenças respiratórias durante os meses de frio. Segundo o hospital, no período, 200 crianças foram atendidas, e nenhum óbito foi registrado. A equipe de médicos contratada para atuar no setor foi dispensada, enquanto profissionais de enfermagem, fisioterapia e fonoaudiologia foram realocados.