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Coluna da Maga

Magali Moraes: sumiu a tarrachinha

Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

08/04/2024 - 09h00min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Fernando Gomes / Agencia RBS
Magali Moraes

Um brinco de tarrachinha não é nada sem ela. Quando a maldita some, a gente inicia as buscas já sabendo que vai ser difícil achar. Caiu na pia do banheiro? Tapa logo o ralo. Foi no chão da cozinha? Os farelos de pão aparecem, os fios de cabelo estão por toda parte, menos a tarrachinha. Aí começa o contorcionismo: abaixa pra procurar embaixo da geladeira, do armário, de qualquer cantinho escuro que engane a visão. Nada! Vem um fisgão, uma contratura muscular, só não vem a tarrachinha.

Melhor buscar a vassoura pra alcançar onde o braço não chega. Deve ter caído bem aqui, eu vi. Mas cadê? Procura-se uma tarrachinha comum prateada. Adianta colocar aqueles avisos em postes de rua? O problema é que ela geralmente some dentro de casa, embaixo do nosso nariz. E um brinco sem tarrachinha perde a utilidade. Vai pra gaveta, fica desparceirado, corre o risco de nunca mais sair de lá. Isso sempre acontece quando a gente está atrasada pra sair, triste coincidência.

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São Longuinho

O que a tarrachinha ganha com isso? Não custava ela sair do esconderijo e aparecer de vez. Bora rezar pra São Longuinho e dar três pulinhos. Ah, ele deve estar ocupado ajudando o pessoal a achar coisas importantes. É só mais uma tarrachinha perdida. Talvez ela dê as caras semana que vem, quando a gente nem lembrar mais do caso. O coitado do brinco descansa em paz no cemitério de bijus que existe na gaveta de toda mulher. Agora a tarrachinha ninguém viu, ninguém sabe.

Quantos brincos preferidos saem de cena por causa disso? Ela deve sumir desse jeito (olha a ironia) pra chamar nossa atenção. As tarrachinhas cansam de ficar atrás da orelha, onde a moda não aparece. O que mais some no dia a dia? A paciência (não perca, não vale a pena). O comprimido que deveria ir pra boca, mas cai no chão. A tampa da caneta. O par de meia. O celular. Horas e minutos costumam sumir também, e nunca mais voltam. São Longuinho, pelo menos ajuda com a tarrachinha.


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