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Seis festas tradicionais em comunidades de Porto Alegre

Locais recebem centenas de pessoas nos finais de semana. Fomos em três: Morro São José, pagode na Vicente Monteggia e na Antônio de Carvalho

22/10/2014 - 08h05min

Atualizada em: 22/10/2014 - 08h05min


José Augusto Barros
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Do ladinho de casa ou em um bairro próximo, a galera não se aperta e tem feito a sua festa, reforçando laços de convivência entre vizinhos e amigos. Com tantas blitze de fiscalização da Lei Seca por todos os cantos, com o clima de insegurança em curtir uma noite longe de casa, ou até mesmo pela falta de grana, as festas de comunidade têm conquistado cada vez mais público.

Estão espalhadas por
Porto Alegre, cada uma no seu reduto, e a reportagem do Diário Gaúcho foi conferir três delas para entender esse fenômeno que bomba nos finais de semana. A fórmula é simples: preços acessíveis, clima familiar, fácil acesso e segurança. Quem sabe não rola uma perto da sua casa?


1. Pagode do Pirika: paixão antiga

No Campo do Piriquito, onde Ronaldinho Gaúcho surgiu nos anos 1980 para o futebol, rola o tradicional Pagode do Pirika. Remodelada há cerca de três anos, a função acontece no número 2709 da Avenida Vicente Monteggia, no Bairro Vila Nova, na Zona Sul, onde de 500 a 700 frequentadores se reúnem sábado à tarde para celebrar a alegria.

A roda de samba abre os trabalhos a partir das 16h. Passadas três horas de festerê, o clima segue em harmonia com cerca de 200 pessoas - a maioria, famílias com crianças e casais - conversando e dançando sem estresse.

O espaço é democrático: tem pula-pula para os piás, que podem correr soltos porque o local é cercado, e churrasqueira para os pais que levam seu "quilinho" (de carne). Carvão e espetos são fornecidos gratuitamente, e, vale encher o balde de gelo com uma cervejinha.



Pelas 21h, a banda da noite assume os trabalhos. No dia em que a reportagem esteve no local, era a Vírus do Samba, que já esteve em 2012 na seção Estrelas da Periferia, do Diário Gaúcho.

- Aqui, é democrático. Damos espaço na roda para a galera que quer cantar uma, duas músicas. Sempre tem lugar para iniciantes e conhecidos do pagode local - explica o vocalista Markinhos.

Em eventos especiais, rolam atrações nacionais. Já passaram pelo palco Mário Sérgio, ex-Fundo de Quintal, e Wagninho, ex-Negritude Júnior, agora em carreira solo. Wagninho, aliás, foi a atração, recentemente, no aniversário do Vírus do Samba. 

O que: Pagode do Pirika
Quando: sábados, a partir das 16h
Onde: Campo do Piriquito, Vicente Monteggia, 2709, Bairro Vila Nova, Capital
Quanto: até as 20h, elas não pagam. Depois, R$ 5. Eles pagam R$ 5. 


2.
100% Beko Futebol Clube e Samba

Encravado no Bairro Ipê 1, entre as zonas Norte e Leste da Capital, 100% Beko é ponto de encontro de quem curte samba e quer rever as parcerias aos domingos. A função, que começou há 13 anos com a junção de amigos apaixonados por futebol, virou evento para os moradores da região. 


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À primeira vista, o que chama a atenção é a decoração do local, que começa a encher depois das 17h de domingo: camisas e bandeiras do Flamengo. O time do 100% Beko foi fundado em homenagem ao pai de Luis Souza, um dos responsáveis pela festa.

Seu Homero Rodrigues de Souza, 79 anos, virou flamenguista doente após ver o time carioca jogar pela primeira vez em Porto Alegre, nos anos 1980.

- E, aí, o nosso time local trouxe o pagode - explica Carlinhos do Cavaco, um dos comandantes da função.

A noite vai caindo, e o samba vai pegando com a banda da casa, que conta com uma plateia de cerca de
cem pessoas. Nas mesas ou em pé, casais, crianças e jovens dividem o espaço na boa.

O que: pagode do 100% Beko
Quando: domingos, a partir das 17h
Onde: Rua Augustin Braun, 25, Ipê 1
Quanto: entrada franca


3. No Bar do Floriano, o tradicional da Zona Leste!
 

Casados há 39 anos, Floriano, 66, e Maria Salete Flores, 58, mantêm um dos estabelecimentos mais tradicionais na Zona Leste. O Bar do Floriano, no alto do Morro São José, no Bairro Partenon, oferece um dos mais clássicos churrascos do quilinho aos domingos.

Cada um traz a sua carne, o carvão fica por conta da casa, e ainda tem um diferencial: a primeira-dama do morro, como Salete é conhecida lá, dá a salada de cortesia. Há quase 25 anos, virou ponto de encontro.


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Por volta das 17h, a banda da casa vai chamando a galera. A grande roda de samba com a banda Scorpion tem início às 19h. Lá também rola a Festa do Escorpião. No segundo final de semana de novembro, reúne os sambistas nascidos naquele mês.

O que: samba no Bar do Floriano
Quando: domingos, a partir das 17h
Onde: João da Costa, 68, Morro São José, Bairro Partenon
Quanto: entrada franca


4. BBR Cultural

Rola bandas da casa e muito samba de raiz.

Onde: BBR Cultural (antigo Bar do Ricardo), Caldre Fião, 358
Quando: sextas e sábados, a partir das 23h
Quanto: de graça

5. Bar do Bruno

Rola bandas da casa e muito samba de raiz.

Onde: Bar do Bruno, Rua Saudável, 133
Quando: domingos, às 16h
Quanto: de graça

6. Rock Fest

Bandas da casa no melhor estilo rock.

Onde: Rock Fest, Rua Antônio Mazaferro Neto, 371 
Quando: domingos, a partir das 19h
Quanto: R$ 5


De coração

Essas festas na comunidade têm caráter beneficente. Inspire-se nelas e entre no clima!

* No Pagode do Pirika, toda a renda obtida vai para o projeto social mantido no Campo do Piriquito, com escolinha de futebol e de judô, entre outras atividades. As turmas estão fechadas e abrem a cada início de ano. Cerca de 150 alunos são beneficiados. 

* No 100% Beko, o Dia das Crianças, por exemplo, foi pra lá de especial. O pagode promoveu a tradicional distribuição de brinquedos arrecadados ao longo de todo o ano. 

* No Bar do Floriano, também a piazada foi presenteada com brinquedos na data.

 


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