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Seu Jorge, em lançamento de novo CD: "Eu gosto de dialogar com o povo, homenagear essa gente"

Cantor lança Músicas para Churrasco II e fala de tudo, e solta o verbo, para Retratos da Fama.

21/04/2015 - 06h03min

Atualizada em: 21/04/2015 - 06h03min


José Augusto Barros
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Marcos Ribas / Divulgação

Que Seu Jorge é um cara do povo, não restam dúvidas. Primogênito de quatro filhos, começou a trabalhar aos dez anos, em uma borracharia. Na adolescência, começou a tentar a vida na noite, cantando em bares. Foi quando uma tragédia marcou a vida do músico: a morte de seu irmão Vitório, em uma chacina. Seu Jorge acabou virando sem-teto por cerca de três anos. Convidado a fazer um teste para musical de teatro, foi descoberto para o mundo musical. O resto da história, o mundo já conhece. Pois era de se esperar que o lançamento de um álbum popular, Música para Churrasco Vol. II (R$ 30, preço médio),tivesse um Seu Jorge do jeito que o povo gosta. E foi! Durante a entrevista, tomou cerveja, ofereceu aos jornalistas, riu, brincou e falou sobre tudo: música popular, política, economia, e claro, de povo e churrasco. Confira!

Retratos da Fama - Você é conhecido por canções de temática popular, como Mina do Condomínio e Trabalhador. Como surgiu a ideia de compor Motoboy, uma das principais canções de trabalho do disco?
Seu Jorge
- Eu preciso falar com essa gente, dialogar com o povo. Eu ando nas ruas e observo muito esses personagens. Eu acho que ninguém presta a atenção no que essas pessoas estão fazendo. No DVD América Brasil, fiz um show com bailarinos vestidos de trabalhador. É uma homenagem a essas pessoas. Eu gosto dessa gente, preciso falar com essa gente, preciso mostrar que "tô" de olho no que essa gente faz.

Retratos - A temática do disco gira em torno do churrasco, da confraternização. Para o Seu Jorge, o que não pode faltar em um churrasco?

Seu Jorge - Não pode faltar pessoas, tem que ter gente! E claro, cerveja gelada é fundamental. Não pode deixar o carvão molhar, a carne tem que ser fresca e a música ao vivo, de preferência. Ah, e música mecânica também, para deixar os caras do pagode tomarem uma (risos). Quem nunca foi em um churrasco que alguém bebe demais e vira "bonecão do posto"? "No final já está todo mundo largado, né? (risos).

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Retratos - No dia 30 de maio, você faz show em Porto Alegre, no Pepsi On Stage (confira vídeo do cantor convocando os fãs para o show aqui). Que músicas não podem faltar no seu show?
Seu Jorge
- Se eu não cantar Burguesinha, Carolina, Amiga da Minha Mulher, dá problema. Eu sempre fico imaginando o problema do Jorge Ben Jor. Ele tem tanto sucesso que faz show de duas, três horas. E com os passar dos anos, eu acumulei músicas que nãio posso descartar. É maravilhoso estar presente na vida das pessoas por meio destas músicas. Se não tocar, a pessoa fica frustrada e pensa: "pô, Seu Jorge não tocou tal música, sacanagem".

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Retratos - E a opção por morar nos Estados Unidos, como surgiu? (desde 2012, o cantor mora em Los Angeles, com a mulher Mariana e as filhas Luz Bella e Flor de Maria)

Seu Jorge - A exposição que tive com o filme Cidade de Deus (911235, opção) me possibilitou sair do país. Fiquei conhecido por lá, comecei a ter projetos paralelos, no cinema. Mas confesso que o que mais me atraiu em morar lá foi a possibilidade de dar uma educação diferenciada para minhas filhas. É um dos lugares mais importantes para estudar no mundo. Lá, tenho interâmbio direto com caras como Jack Johnson e Antony Kids, por exemplo. Los Angeles é a meca, cara!

Retratos - Falando de sua carreira no cinema, você se destacou, além de Cidade de Deus (2002), em Tropa de Elite 2(2010) e E Aí, Comeu? (2012). Com quem gostaria de atuar? Algum projeto?

Seu Jorge - Acabei de participar de um filme sobre a vida do Pelé (Pelé- The Birth a Of a Legend, ainda sem nome em português, produção brasileira e norte-americana, que deve ser lançado em 2015) no qual interpretei o pai dele, Dondinho. Tenho o sonho de fazer o Jimi Hendrix, no cinema. E de trabalhar com o Quentin Tarantino.

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Retratos - Além da música e do cinema, você sempre demonstrou interesse por economia e outros negócios (Seu Jorge é sócio de uma marca de cerveja e de uma cervejaria, em São Paulo). Como surgiu isso?
Seu Jorge
- A economia sempre me chamou a atenção. Atualmente, o mundo vive uma crise, sobretudo nos grandes países. Diferente de 2008, quando a crise atingiu mais os Estados Unidos, ela atingiu outros, agora, como o Brasil. E, para completar, existe um mal no Brasil chamado corrupção. Eu nasci numa situação que não projetava futuro, eu nasci sem futuro. Hoje, quero dar futuro para os meus filhos. Quero ver o garoto com 20 anos entrar na faculdade e que com 25 esteja bem empregado.


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