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Body shaming

Klara Castanho fala sobre pressão estética: "Ser mulher é muito difícil"

Atriz de 19 anos refletiu sobre processo de aceitação do próprio corpo em participação no programa "Encontro com Fátima Bernardes"

16/10/2019 - 07h55min


Reprodução / Instagram
Embora jovem, Klara Castanho disse que já se sentiu desconfortável com o próprio corpo

Nesta terça-feira (15), a atriz Klara Castanho, 19 anos, falou sobre a pressão estética sofrida pelas mulheres na sociedade e sobre sua experiência pessoal com o processo de aceitação do próprio corpo. Ela participou do programa Encontro com Fátima Bernardes da TV Globo.

A apresentadora abordou o tema body shaming (em português, "vergonha do corpo"), que é a prática de atacar alguém verbalmente por conta da forma física. A expressão foi bastante utilizada na repercussão da entrevista de Cleo no Fantástico, na qual a atriz e cantora desabafou sobre ataques que recebeu nas redes sociais após ter engordado. 

Entre os convidados, Klara revelou que demorou a se sentir bem com sua aparência. 

– Só entendi que eu podia ser bonita quando aceitei o que eu via no espelho e não quis parecer ninguém. É muito difícil você não querer mudar nada. Tem dias que acordo e me acho lindíssima, mas tem dias, que acordo e falo: "Putz grila, que horror". É um trabalho constante –, disse. 

Embora jovem, a atriz, que cresceu em frente às telas, diz que se comparou com outras mulheres ao perceber as mudanças no seu corpo:

– A partir de 2013 que comecei a me entender mais mulher. Vi que meu corpo começou a mudar. Sou muito pequenininha, mas meu corpo começou a mudar muito. Então era uma coisa de querer parecer com alguém, de querer estar daquele jeito, do meu peito ser daquele tamanho, da minha cintura ser fina desse jeito, entrei numa pilha muito grande de querer me ajustar no que eu via nas modelos. E aí eu sentei com a minha mãe e falei: "Não consigo gostar do que eu vejo. Não dá. Não é isso que eu quero". Por que o que eu via? As modelos de 1,80, com a barriga chapada, com corpos perfeitos, medidas perfeitas. E via que as meninas da minha idade também sentiam a mesma coisa –, afirmou.

Por fim, Klara viu na sua especificidade sua melhor qualidade:

– No ano passado, foi a primeira vez que olhei no espelho e falei: "Caramba, gosto muito do que vejo e não pareço ninguém". É exatamente o que quero parecer. Tenho o estômago alto, não vai adiantar querer parecer com uma pessoa que tem a barriga chapada. Não vai adiantar querer ter a perna gigantesca. Não vai adiantar –, concluiu. 

Ao desabafar sobre o assunto nas redes sociais, Klara recebeu muitos comentários de meninas insatisfeitas com suas aparências, e então percebeu a diferença de expectativas quando trata-se de um corpo feminino:

– Existe uma pressão muito maior [para as mulheres]. Nos homens é difícil que exista uma pressão visual. Ser mulher na sociedade é muito difícil. Vi meninas de 12 anos vindo me falar que queriam parecer com o que eu estava mostrando, que queriam que o corpo delas fossem daquele jeito. Com 12 anos, você não tem nem proximidade do que seu corpo vai ser. A gente quer, tão cedo, parecer mais velha, quer tanto se encaixar no que é uma mulher bonita, que a gente entra num looping infinito de cobranças –, refletiu.


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