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Mais um recorde

Em pior dia de pandemia, Brasil registra pela primeira vez mais de 3 mil mortes

Média móvel de óbitos cresceu nos últimos 24 dias

24/03/2021 - 10h15min

Atualizada em: 24/03/2021 - 10h17min


GZH
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Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo
Luiz Carlos Pavão, Mariana Hallal e Paulo Favero
Thiago Rodrigues / Divulgação
País bate recorde de mortes e enfrenta esgotamento do sistema de saúde

 - O Brasil registrou 3.251 mortes por coronavírus nas últimas 24 horas
- O número está em balanço diário divulgado pelo Ministério da Saúde
- A pasta contabiliza todas as mortes que chegaram ao seu conhecimento no período, mas elas não necessariamente ocorreram no mesmo dia 

 O Brasil ultrapassou, pela primeira vez desde o início da pandemia, a marca de 3 mil mortes registradas em 24 horas. De acordo com boletim do Ministério da Saúde divulgado nesta terça-feira (23), 3.251 óbitos foram contabilizados em um dia e, com isso, Brasil totaliza 298.676 mortes por coronavírus.  Já são 24 dias seguidos que o Brasil registra aumento na média móvel de óbitos — índice que contabiliza a média de vítimas fatais em relação à apresentada 14 dias antes, calculada pelo próprio Ministério.

O boletim do governo federal contabiliza ainda  82.493 novos casos em 24 horas. Com isso, 12.130.019 pessoas já foram infectadas pelo vírus no Brasil.

O número de mortes vem batendo recorde no Brasil e o número de casos também vem aumentando. Com isso, o Brasil é segunda nação com mais registros, atrás apenas dos Estados Unidos. Só que nos últimos dias os números brasileiros são os piores do mundo, seja em óbitos ou em casos, o que evidencia o agravamento da pandemia.

— Temos uma piora progressiva, gradual, com aumento da intensificação da transmissão sem medidas de contenção da transmissão comunitária. Então não é nenhuma surpresa que chegamos a essa marca de 3 mil mortes, isso está no nosso horizonte chegando cada vez mais perto há semanas — afirma o médico e pesquisador da USP Márcio Bittencourt.

Ele reforça a necessidade de implementação de medidas para tentar frear o avanço da pandemia no Brasil. 

— As pessoas têm uma expectativa excessivamente positiva de que as coisas irão se controlar de forma automática ou espontânea, e esta não é uma expectativa razoável. Se a gente não faz essas intervenções a expectativa de controle é com muito mais sofrimento, muito mais mortes e complicações — comenta.

Temos uma piora progressiva, gradual, com aumento da intensificação da transmissão sem medidas de contenção da transmissão comunitária

MÁRCIO BITTENCOURT

Médico e pesquisador da USP

Segundo Bittencourt, neste momento é preciso ampliar as medidas de combate a covid-19 com "testagem ampliada, isolamento de casos, quarentena de contatos, de distanciamento, de controle de fronteiras e de aumento da capacidade hospitalar".

Com transmissão descontrolada do vírus, o país tem visto o colapso de várias redes hospitalares, com morte de pacientes na fila por leito e falta de remédios para entubação. Governadores e prefeitos têm recorrido a restrições ao comércio e até ao lockdown para frear o vírus. Já o presidente Jair Bolsonaro continua como forte crítico das medidas de isolamento social, recomendadas por especialistas, e afirma temer efeitos negativos na economia.

São Paulo foi responsável por quase um terço dos registros de mortes nesta terça, com 1.021 óbitos por covid-19 registrados nas últimas 24 horas, um recorde desde o início da pandemia. O governo alegou que isso reflete um represamento de dados de domingo e segunda, quando foram registradas 144 e 44 mortes, respectivamente. Ao todo, 68.623 pessoas morreram de covid-19 no Estado. Com isso, a média móvel de mortes dos últimos sete dias chega a 532, um aumento de 33% em relação à última terça-feira.

Mas os números nacionais muito altos tiveram contribuição de outros Estados. A região Sul do país contou com 834 mortes no total, sendo 341 no Rio Grande do Sul, 311 no Paraná e 182 em Santa Catarina. Outros três Estados também superaram a barreira de cem óbitos no dia: Ceará (178), Rio de Janeiro (151) e Bahia (133). No Rio Grande do Sul, o mês de março foi responsável por mais de um quarto dos óbitos por covid-19. 

Nesta terça-feira (23), tomou posse o quarto ministro da Saúde do governo Jair Bolsonaro, o médico Marcelo Queiroga. Em um pronunciamento, o presidente defendeu as políticas de vacinação do Brasil e disse que todos os brasileiros terão a imunização contra covid-19 garantida. Até o momento, apenas 1,67% da população nacional foi imunizada. Confira aqui como está a vacinação pelo mundo.



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