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Investigação policial

Ex-BBB Nego Di será ouvido nesta semana sobre suspeita de golpe na venda de produtos em site

Centenas de seguidores do comediante gaúcho o denunciaram após comprarem eletrodomésticos em loja para a qual ele fez propaganda e não receberem os produtos

18/07/2022 - 11h03min

Atualizada em: 18/07/2022 - 11h03min


André Malinoski
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João Cotta / TV Globo,Divulgação
Clientes de loja virtual acusam Nego Di de estelionato. A 1ª Delegacia de Polícia Civil (DPC) de Canoas investiga o caso

O humorista e ex-BBB Dilson Alves da Silva Neto, o Nego Di, será ouvido durante a semana pelo delegado Rafael Pereira, da 1ª Delegacia de Polícia Civil (DPC) de Canoas, na Região Metropolitana, no inquérito que apura o envolvimento do artista nas denúncias de estelionato na comercialização de produtos, como televisores, aparelhos de ar-condicionado e celulares, na loja virtual Tá Di Zuera, da qual ele seria um dos proprietários, segundo sustentam as vítimas.  

— Está agendada a oitiva dele, só não quero divulgar o dia para não dar tumulto na frente da delegacia — afirma o delegado Pereira, salientando que vítimas já foram ouvidas e documentos foram coletados.

Há diversos relatos de pessoas que teriam adquirido produtos no site da loja e não receberam pelos produtos pagos. Também é possível encontrar denúncias contra a loja em questão no site Reclame Aqui. Grupos de WhatsApp, nos quais pessoas que se dizem lesadas pelo humorista, foram criados. Segundo os clientes denunciam, a Tá Di Zuera deixou de responder a mensagens e bloqueou os contatos dos consumidores. Já o  Twitter possui várias postagens de internautas criticando a atitude do ex-BBB.

A estudante Victoria Meneses, que comprou para a sua mãe, Sheila Meneses, uma televisão smart de 70 polegadas pelo valor de R$ 2.490, em abril, com pagamento à vista, acompanhará como testemunha a mãe no depoimento às 14h desta segunda-feira (18). Victoria, que afirmou ter adquirido o produto por ser fã do artista, não acredita que conseguirá recuperar o dinheiro:

 — Para ser bem sincera, acho que será muito difícil reaver o dinheiro —  diz. —  Acredito que esse dinheiro não tem volta, mas não podemos deixar isso impune — acrescenta.

A reportagem de GZH conversou, neste domingo (17), também com o advogado Paulo Teixeira, que representa várias vítimas que alegam ter sofrido golpe do Nego Di.

 — As vítimas estão fazendo boletins de ocorrência (BOs) na delegacia de polícia responsável, e entrando com denúncias por fraude, estelionato e pedindo a devolução dos valores e eventuais danos morais  —  explica, destacando que diversas pessoas já entraram com ações contra a loja e a pessoa física do artista.

O advogado revelou que o número de vítimas deverá multiplicar nos próximos dias, e que há reclamações em vários estados do país. 

— O número de vítimas é imensurável, porque ainda há pessoas que não conseguiram se organizar para irem na polícia — relata.

Na noite de sexta-feira (15), 20 pessoas se reuniram em frente a um bar no qual o artista seria sócio, localizado no bairro Sarandi, onde fizeram um protesto contra Nego Di. Gritos de “golpista” e “canalha” eram repetidos pelo grupo. A Brigada Militar foi chamada para acompanhar a manifestação.

O que diz Nego Di

Nego Di ainda não concedeu entrevista sobre as acusações. GZH tentou contatar a agência e produtora do ex-BBB neste domingo (17), mas o telefone estava ocupado em todas as tentativas. No dia anterior, porém, a produtora informou que o artista não possui "nenhum vínculo com a loja em questão". 

Em vídeos nas redes sociais, Nego Di compartilhou, em mais de uma oportunidade, que a Tá Di Zuera era dele e que não se tratava de golpe. Após as denúncias se tornarem públicas, mostrou o CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) com o nome de outra pessoa. 

O escritório Fortini & Volcato Advogados, que representa Nego Di judicialmente, emitiu a seguinte nota:  

"Dilson Alves da Silva Neto, conhecido profissionalmente pelo nome artístico Nego Di, foi contratado para realização de publicidade da loja virtual chamada Tá di Zuera. Ocorre que existem atrasos nas entregas da loja e falta de retorno adequado aos consumidores. Diante disto, passou a receber ataques nas redes como se proprietário fosse ou tivesse a administração e gerenciamento da referida loja.  

Diante destes fatos, sua assessoria jurídica está averiguando a situação, já estando em contato com a autoridade policial para ter acesso ao inquérito, bem como para colaborar com a investigação e acelerar a elucidação dos fatos.  

Por fim, estamos à disposição para quaisquer esclarecimentos aos consumidores."  


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