Noveleiros
Michele Vaz Pradella: os desafios femininos não são coisa de novela
Na ficção ou na vida real, ser mulher é uma luta diária
Não era fácil ser mulher na década de 1940. Além da Ilusão mostra que qualquer boato poderia deixas as moçoilas da época "mal faladas". Não foi à toa, portanto, que Isadora (Larissa Manoela) aceitou se casar com Joaquim (Danilo Mesquita), já que a notícia de que ela não era mais "donzela" prejudicou sua vida pessoal e profissional. Acuada, caiu nas garras do vilão.
Não é fácil ser mulher no meio empresarial. Em Cara e Coragem, Clarice (Taís Araujo) lutou muito para ser respeitada, mas acabou pagando com a própria vida por motivos que ainda são um mistério na trama.
Não é fácil ser mulher no Pantanal. A mentalidade machista e retrógrada dos homens da região induz Filó (Dira Paes), Maria (Isabel Teixeira) e tantas outras a uma vida de submissão e humilhações. Na trama das nove, quando uma moça tenta se impor, ou é tachada de "fácil", como Guta (Julia Dalavia), ou de "onça brava", "bicho selvagem", como é o caso de Juma (Alanis Guillen). As vozes femininas são abafadas pelo berrante dos peões, esses sim, respeitados, não importa o que façam.
Na ficção ou na vida real, ser mulher é um desafio diário.