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Estrelas da Periferia

Mano B investe em novo álbum e projeto dois EPs

Com sonho de tocar no palco do Rap In Cena, artista de Eldorado do Sul começou a rimar aos 14 anos

18/07/2023 - 11h38min


Arquivo Pessoal / Reprodução
Artista participou de diversos coletivos antes de seguir a carreira solo

Foi incentivado pelas músicas que os vizinhos escutavam no rádio que Bruno Molina, 32 anos, começou a se interessar pela cultura hip hop e pelo rap na adolescência. Natural de Eldorado do Sul, na Região Metropolitana, o artista tem quatro CDs lançados e projeta dois EPs para este ano.

– Tenho lembranças dos meus cinco anos, dos vizinhos ouvindo Racionais, Tupac, Notorious B.I.G. Aquilo começou a mexer comigo. Aos 11 ou 12 anos, eu montei uma bateria com bacias e panelas em casa, fazia as batidas das músicas dos vizinhos – relembra.

Rimando desde os 14 anos, foi em 2005 que Mano B esteve em um estúdio profissional pela primeira vez. O artista participou de diversos coletivos musicais, mas preferiu a carreira solo:

– Adoro trabalhar em coletivo. Mas solo, eu trabalho melhor. É muito bom poder botar tuas próprias ideias e vivências.

Em 2020, Mano B lançou seu primeiro projeto totalmente solo. Com sete faixas, o álbum Solta o Play traz melodias que remetem ao rap dos anos 2000.

– Meu estilo é nessa pegada dos anos 1990 e 2000, sou mais underground. Tenho minha autenticidade de escrita, de falar da minha forma, sem ser cópia da cópia – diz.

Positividade

Em seu álbum mais recente, lançado em 2022, Mano B refletiu sobre as críticas que recebe por ser artista e “não ter um emprego comum”. Intitulado Anormal, o álbum traz uma mensagem de positividade, além de homenagear sua filha, Ana Clara, quatro anos, que estampa a capa do projeto.

– Eu acredito que todo artista é anormal. Uma vez, falaram que eu tinha que ser normal, só trabalhar e estudar ao invés de fazer a minha arte. Usei isso (o disco)para falar que sim, sou anormal e artista – comenta.

Inspirado em nomes como Da Guedes, Racionais MC’s, Nitro Di e Cabal, Mano B busca passar uma mensagem de representatividade, Deus e combate ao preconceito:

– A rapaziada está muito doida, sem paciência. Temos que acalmar o coração, ter solidariedade, zero preconceito para construirmos um mundo melhor, essa é a mensagem.

Iniciativas

Artista independente, Mano B concilia a vida na música com o trabalho de motoboy durante o dia. 

A renda das entregas é direcionada para seus projetos musicais. Com sonho de tocar no palco do Rap in Cena, evento movimenta o hip hop no Rio Grande do Sul desde 2014, promete muitos lançamentos ainda neste ano. Além de três clipes de faixas do álbum Anormal, ele projeta dois EPs, um chamado Inverno e outro, Verão.

– O Inverno vai ser estilo love song. Aquela coisa de estar com a pessoa que gosta, vinho, Netflix, bem romântico. Serão cinco faixas. Já estão todas prontas – revela.

Para o Verão, ele planeja referências gringas, como o rapper norte-americano Tyga. Segundo ele, o projeto vai contar com faixas mais voltadas ao trap:

– Vai ser uma pegada de curtição, cervejinha, sabe? Com ter alguns feats, é para botar no carro em uma noite quente e curtir.

Além dos EPs, Mano B projeta um talk show e sonha em criar sua produtora. O objetivo do rapper é incentivar artistas locais a abrirem os shows de músicos de fora do Estado.

– No talk show, serão entrevistas nos rolês de Porto Alegre para falar sobre empreendedorismo e fomentar a cultura do rap e do hip hop – conta.

Pitaco de Quem Entende

O produtor musical Rafadélico, da Usina do Beat, avaliou o trabalho do artista:

– Uma chuva de rima, estilo de rap clássico, boom bap da era de ouro. Suas músicas têm ótimas mensagens e, sem dúvidas, inspira e empolga o ouvinte.

AQUI, O ESPAÇO É TODO SEU!

/// Para participar da seção, mande um histórico da sua banda, dupla ou do seu trabalho solo, músicas, vídeos e um telefone de contato para lucas.oliveira@diariogaucho.com.br.

/// Para falar com o artista, ligue para (51) 99781-1948.

*Produção: Lucas de Oliveira


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