Copa 2014 - Liga dos Fanáticos



O Povo da Copa

Nascida no dia em que o Brasil ganhou o penta, Carolina sonha com o hexa

Menina de 12 anos nasceu em 30 de junho de 2002, cinco minutos antes do início da partida em que deu ao Brasil a quinta estrela

08/07/2014 - 09h01min

Atualizada em: 08/07/2014 - 09h01min


Mateus Bruxel
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A estudante Carolina Toledo Luiz Valentin, 12 anos, do Morro da Cruz, Bairro São José, em Porto Alegre, não tinha visto a Seleção Brasileira passar das quartas de final de uma Copa do Mundo. Mas a menina tem na data de nascimento um motivo pessoal de orgulho e uma resposta na ponta da língua:

- Eu nasci no penta.

Em seguida, abre o sorriso de quem sente-se vencedora, assim como a Seleção Brasileira que conquistou a quinta estrela depois de marcar dois gols contra a Alemanha em 30 de junho de 2002. Carol, como é chamada pela família, nasceu cinco minutos antes do início da partida que daria ao Brasil o título inédito.

Brincadeiras para descontrair
Esperada para o fim da primeira quinzena de julho, a menina surpreendeu os pais, a revendedora autônoma de cosméticos Marilene Toledo Luiz, 43 anos, e o funcionário público Antônio Valentin, 42, ainda na madrugada do dia 30 daquele ano.

- Comecei a sentir as dores por volta das 2h. A bolsa estourou às 5h20min. Cheguei ao Hospital de Clínicas e um guarda ainda perguntou se nasceria um Ronaldinho. Mesmo com dores, respondi que seria uma Milena (então mulher do centroavante) - recorda Marilene.

Já na sala de parto, Marilene ouviu mais uma piadinha referente à Copa. Desta vez, era a obstetra dizendo que o parto a faria perder o jogo decisivo.

- Todos brincavam comigo para tirar a minha tensão pelo parto e pelo jogo. Afinal, eu sabia que perderia a partida - conta.

Pai esperou o apito final
Acreditando que a mulher levaria ainda algumas horas para dar à luz, Antônio tratou de procurar uma televisão para acompanhar o jogo. Torcedor fanático do Brasil, o funcionário público deixou Marilene no décimo andar e dirigiu-se ao saguão.

- No meio do primeiro tempo, fui informado que a Carol tinha chegado. Pude ficar nervoso só com a partida, mas esperei a final terminar para ver as duas com mais calma - revela o pai que, ao lado de desconhecidos, torceu em silêncio no saguão do hospital.

Vitória sofrida
Carol acostumou-se a dizer que nasceu no dia da conquista, mas só entendeu a importância do título na derrota para a Holanda, nas quartas de final, em 2010. É a primeira recordação que lembra de uma Copa. No ano passado, a menina começou a jogar futebol na Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Judith Macedo de Araújo, onde atua como lateral-esquerda.

- Gosto de jogar futebol e de torcer. Mas quando eu crescer, serei médica - garante, decidida.

Neste Mundial, Carol, a mãe e os irmãos decoraram a casa com bandeiras da Seleção. Nos jogos, pintam o rosto e se reúnem para torcer pelo Brasil.

Hoje, a menina sabe que será escrito um novo capítulo contra a Alemanha. Apesar de otimista, acredita numa vitória sofrida.

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