Existe um antigo debate que envolve as categorias de base e que merece uma abordagem. Estou tratando deste assunto levando em consideração a desclassificação da equipe sub-20 do Grêmio na competição nacional que estava disputando.

Assisti duas ou três vezes a esta equipe atuar, e alguns jogadores me chamaram atenção pela qualidade que demonstraram. Confesso, no entanto, que não vinha acompanhando mais de perto as atuações deste time. Fui fazê-lo justamente nesta desclassificação contra o Corinthians. Dois fatores me impressionaram. A facilidade com que o Grêmio chegou aos 2 a 0 e, contraditoriamente, a facilidade com que o Corinthians virou o placar em seu favor.

Na discussão do que é mais importante, vencer ou formar jogadores, fico com as duas hipóteses. Formar jogadores é fundamental, mas, por outro lado, mais importante ainda é formar jogadores vencedores, desde as categorias de base. Espírito ganhador se faz desde jovem. No entanto, se algum atleta que não obteve vitórias nas categorias inferiores tiver uma forte personalidade e souber ultrapassar a eventual perda de título, pode muito bem ser aproveitado no profissional.

Há outros, porém, que se deixam abater e custam a recuperar sua autoestima — isso quando conseguem reorganizar sua mente. O ideal é um jovem vencedor e com qualidade. Mas os que assim não forem requerem um forte trabalho psicológico para atingir a chance de jogar nos profissionais.