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Os xerifes

Thales, zagueiro do Inter Sub-23, é filho de segurança de Luigi e de estrelas do time principal

Ao mesmo tempo em que cuida da integridade do time, Sandro Dorival de Matos torce pelo filho

24/01/2014 - 13h49min

Atualizada em: 24/01/2014 - 13h49min


Responsável por proteger o time do Inter fora de campo, Sandro consegue acompanhar o filho

Se segurança é indispensável para um zagueiro, Thales carrega essa característica em seu DNA. Se ele cuida da área do time sub-23 do Inter em campo, fora dele a missão fica a cargo do pai, Sandro Dorival de Matos, 41 anos. Ele faz parte da equipe de seguranças que acompanha o time de Clemer.

Sandro vibra quando vê que sua escala de trabalho coincide com os jogos do Inter. É a chance de, na chegada da delegação ao estádio, de esperar o seu camisa 4 descer do ônibus e abraçá-lo, desejando sorte na partida.

Foi assim quarta-feira, em Novo Hamburgo, quando o sub-23 manteve 100% no Gauchão. Thales desembarcou o corpanzil de 1,86m e recebeu um afetuoso abraço do pai.

- É uma emoção sem tamanho. Trabalho no Inter com jogadores como D'Ale e com o presidente Giovanni Luigi. Quando tu tens de cuidar do teu filho, não tem preço - orgulha-se o paizão coruja.

Thales, 20 anos, não foge à tradicional história de jogadores de futebol. Viu seus pais fazerem malabarismo com o dinheiro no fim do mês para que não faltasse a passagem que o levaria ao estádio do São José, onde começou sua carreira. Os três irmãos (Douglas, hoje com 22 anos, Lucas, 19 anos, e Lays, 14), por vezes, abriram mão do pão no café da tarde para garantir o valor do ônibus ao mano zagueiro.

Na tentativa de economizar e garantir mais um dia de treino, Thales voltava a pé do Passo D'Areia até a Cavalhada, onde morava com sua mãe, Marlene dos Santos Lira, 42 anos. Uma caminhada de cerca de 20km. Depois de deixar o Zequinha, o guri ainda atuou pelo Cerâmica, quando foi descoberto pelo Inter.

A carreira de jogador de futebol deixou de ser um sonho. Thales, em dezembro, assinou contrato até 2018 com o Inter. Administrar as críticas é o maior desafio, segundo o pai.

Das cabinas, onde normalmente fica depois do início da partida, Sandro sofre em silêncio e atento à movimentação em torno dos integrantes da delegação. A emoção dá lugar ao nervosismo. Mas nada que tire a atenção do desempenho do filho.

O pai vê no zagueiro Índio, multicampão pelo Inter, o futuro que ambiciona para o filho. E, onde for que o futebol leve Thales, o conselho é um só:

- Nunca esquecer de onde veio.


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