Qualquer clube de futebol do mundo deve buscar estar com suas contas em dia ou o mais perto disso possível, mas esse fator não deve servir como contraponto para não conquistar títulos. Tirar a instituição das dívidas é o caminho para conseguir investir em melhor estrutura no futebol, ninguém discorda disso. Porém, o time necessita seguir sendo competitivo e capaz de disputar as competições que participa. 

Esse é o grande problema do Inter nos últimos anos. Na atual gestão, em poucos momentos tivemos uma equipe forte, com chances reais de ser campeã. Podemos lembrar de lampejos e esboços de bons times, mas em nenhum momento foi algo sólido. 

O último grande momento no Beira-Rio foi o vice-campeonato do Brasileirão com o técnico Abel Braga. Depois disso, o Inter acumulou situações constrangedoras em sua trajetória nas competições que participou.

Em 2021:

• Eliminação na Copa do Brasil para o Vitória (naquele mesmo ano o clube baiano seria rebaixado para a Série C);
• Eliminação na Libertadores para o fraco time do Olimpia (semanas antes o mesmo Inter venceu os paraguaios por 6 a 1);
• Encerrou o Campeonato Brasileiro na 12ª colocação, quando a ambição era a vaga no G-6.  

Em 2022:

• Eliminação vexaminosa para o Globo, equipe do Rio Grande do Norte, na primeira fase da Copa do Brasil;
• Eliminação na semifinal do Gauchão para o pior Grêmio da história, com uma derrota por 3 a 0 dentro do Beira-Rio;
• Eliminação, de novo no Beira-Rio, desta vez na Copa Sul-Americana, para o desconhecido Melgar, do Peru. 

São excessivos fracassos na conta do clube. Isso não pode ser considerado comum em nenhum planeta do universo.

É necessário ter responsabilidade financeira, mas não é uma questão de A ou B. O time precisa ser forte e, para isso, é preciso investimento. A função de quem administra o Colorado é ter criatividade na hora de pensar essas coisas para o clube. No futebol se perde mais do que se ganha, mas estar entre os protagonistas é o que te aproxima das conquistas. A verdade é que o Inter não compete há tempos. As cobranças são mais do que justas.