Chegou o momento de arrumar as malas. Levar na bagagem os grandes momentos vividos na cobertura da Copa do Mundo. A frustração do Brasil ter ficado pelo caminho acabou sendo amenizada pela oportunidade de poder acompanhar a disputa até o final pelos veículos do Grupo RBS, em especial a Rádio Gaúcha. E como grande bônus, o épico duelo entre Argentina e França, que ficará marcado como a maior decisão da história dos mundiais.

Dentro de campo, deu tudo certo no Catar. Estádios fantásticos. O padrão de organização imposto pela Fifa faz com que tudo funcione da melhor forma. O transporte e a mobilidade urbana foram eficientes, apesar de alguns problemas pontuais. A internet, fundamental para o trabalho, funcionou quase beirando a perfeição. Foi possível conhecer a culinária típica e circular por uma cidade moderna, muito iluminada, limpa e com arranha-céus gigantes e espelhados.

Claro que longe do circuito da Copa há um Catar que não vai mudar tão facilmente, mesmo com a passagem da maior competição do futebol. A situação dos imigrantes é preocupante. Muitos trabalham e vivem em condições bastante precárias. Os números de mortos na construção dos estádios apresentados pela mídia internacional assustam. A perseguição à comunidade LGBT+ também é um ponto crítico no país. As manifestações de apoio durante a competição foram proibidas. Assim como o tratamento histórico e cultural dado às mulheres, relegadas a um segundo plano. 

Por outro lado, fica uma imagem de união entre os torcedores árabes, se lembrarmos das disputas políticas que os países da região enfrentaram nas últimas décadas. Marroquinos, libaneses, sauditas e catarianos se uniram para vibrar e torcer com a linda caminhada do Marrocos até a semifinal. A Copa do Catar deixa pontos positivos. Mas fora dos gramados algumas questões ainda ficam para discussão.