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Sede ameaçada

Acadêmicos da Orgia em suspense

Escola tem nova chance para tentar manter a quadra na Avenida Ipiranga, no Bairro Santana. Definição sobre o caso deve sair na quarta-feira

27/10/2012 - 09h15min

Atualizada em: 27/10/2012 - 09h15min


A Acadêmicos da Orgia ainda não sabe se o som dos tamborins e repiniques voltará a ecoar pela quadra da escola, na Avenida Ipiranga, no Bairro Santana. Uma reunião na quarta-feira com a Secretaria Municipal de Cultura vai definir se a entidade pode permanecer no local.

A dúvida sobre se a agremiação continuará no espaço cedido pela prefeitura se deve a denúncias de moradores do entorno sobre o excesso de barulho das festas e ensaios promovidos ali. Segundo a vizinhança, os eventos se estendem até tarde e, como não há isolamento adequado, o som se espalha pela região.

- Quinta e domingo, termina pela meia-noite, mas sexta e sábado se prolonga até umas três da manhã - relata um morador próximo, o enfermeiro Cristiano Uggeri, 24 anos.

O secretário-adjunto da Cultura, Vinícius Brum, reforça que a pasta cobrou da Acadêmicos o respeito às normas de silêncio.

- É recorrente a quantidade de reclamações da vizinhança. Tem todo um regramento de horários que vem sendo sistematicamente descumprido pela escola - afirma.

Presidente não concorda

O presidente da entidade, Darci Gonçalves, garante que a situação é diferente. Segundo ele, são realizados eventos apenas às sextas, que não se estendem muito além das 2h. Aos domingos, as festas noturnas deixaram de ser feitas desde agosto - agora, há apenas almoços, sem música. Aos sábados, há ensaios só até as 23h.

- Vamos tentar reverter essa ação, tentar corrigir. Eu estou sempre cuidando os horários - relata, sem deixar de reconhecer as reclamações da vizinhança.

Enrolar a bandeira

Instalada na quadra há 53 anos, a verde e branco conquistou três títulos do Grupo Especial, na década de 70. Os troféus na parede representam uma trajetória que, com o fim das festas e dos ensaios, também deve terminar.

- Eu tô muito abalado. Se a gente sair daqui, tem que enrolar a bandeira e parar - lamenta Darci Gonçalves.

MP investiga o caso

A Promotoria de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre investiga os problemas relacionados à poluição sonora que seria gerada pelas atividades da escola. Haverá uma audiência no dia 21 de novembro para tratar do assunto.

De acordo com a promotora de Justiça Ana Maria Moreira Marchesan, a prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, deverá prestar informações sobre o cumprimento da legislação ambiental municipal por parte da escola, que ocupa local público.


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