Polícia



Boletim de Ocorrência - Arquivo do Crime

Renato Dornelles: "Um preso dirigiu o primeiro automóvel a circular em Porto Alegre"

14/11/2015 - 08h04min

Atualizada em: 14/11/2015 - 08h04min


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O italiano posou para a foto ao volante

Desta vez não falaremos de um crime propriamente dito. Nossa história será sobre um criminoso que, sem querer, acabou tornando-se celebridade em Porto Alegre durante um curto espaço de tempo. Mais precisamente, o suficiente para que percorresse um trajeto entre a atual volta do Gasômetro e o Bairro Menino Deus, no primeiro passeio de automóvel realizado na Capital gaúcha.

A curiosa história ocorreu em 1906, mas começou no ano anterior, quando o comerciante Januário Greco encomendou, da França, um automóvel Dion Bouton. Até então, nenhuma outra máquina deste tipo havia circulado pelas ruas porto-alegrenses.

Em 15 de abril de 1906, o automóvel, de cor grená, um cilindro, dez cavalos de força e capacidade para cinco pessoas foi desembarcado na alfândega (na Rua Sete de Setembro, entre as atuais General João Manoel e Bento Martins, no Centro). Chegada a máquina, surgiu um dilema: como fazê-la funcionar?

Dias depois, o comerciante foi informado de que, na Casa de Correção (o chamado Cadeião, localizado na atual Volta do Gasômetro) estava preso um italiano que, em seu país, havia sido chofer e mecânico. Sensibilizado, o chefe de polícia, Pedro Mibieli, permitiu que o preso fosse acionado.

Mas eis que, aí, surge um novo problema: como levar o carro até o Cadeião? Greco providenciou alguns homens para empurrá-lo da Alfândega à prisão. No interior da Casa de Correção, o preso-chofer sentiu-se o homem mais importante da província. Despejou cinco litros de combustível no tanque e ligou o motor. Em seguida, assumiu o volante e deu uma voltinha pelo pátio do presídio.

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O espetáculo, porém, não poderia ficar restrito aos presos e aos diretamente envolvidos. Por conta disso, o chefe de polícia fez nova concessão: o italiano poderia sair da prisão para um passeio até o Menino Deus. Nas proximidades de uma praça, Grego, um irmão, um amigo e o italiano posaram para uma fotografia.


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