Polícia



Estelionato

Golpista finge ser negociador de carros e fica com o dinheiro

Picareta de carros enrolou funcionários de cemitério na Capital. Levou mais de R$ 10 mil em dinheiro e ainda ficou com os veículos deles. Estelionatário sumiu e agora é investigado pela polícia.

20/06/2016 - 21h07min

Atualizada em: 20/06/2016 - 21h09min


Eduardo Torres
Eduardo Torres
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O auxiliar de manutenção Márcio da Silveira perdeu o carro e teve prejuízo superior a R$ 4 mil

Os últimos dois meses têm sido de prejuízo e apreensão para o auxiliar de manutenção Márcio Silva da Silveira, 39 anos, e outros três colegas de trabalho. Eles foram vítimas de um estelionatário, conhecido por eles apenas como Santos, que se fazia passar por negociador de carros em Porto Alegre. O homem sumiu há um mês e deixou os funcionários de um cemitério da Capital na mão.

– Eu financiei um Corsa, mas comecei a ter dificuldades para pagar o financiamento, então encontrei o número desse homem. Ele dizia que comprava e vendia carros – conta Márcio.

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Ele acabou fechando negócio. Entregou o Corsa para que o homem vendesse, repassando o pagamento do financiamento.

– Negociei no começo de março, e ele pagou aquele mês e o próximo. Depois, sumiu. A financeira me ligou cobrando e eu já não encontrei mais ele. Fiquei com o prejuízo de mais de R$ 4 mil e o meu carro desapareceu – lamenta.

Márcio da Silveira fechou o negócio no começo de março

O caso foi registrado na 2ª DP. E, pelo jeito, há muitas outras vítimas do mesmo "picareta". É que, durante os dois meses em que as prestações do financiamento do Márcio foram pagas, o tal Santos passou a frequentar o ambiente do trabalho dele, oferecendo negócios aos colegas. Fisgou três.

Um deles, Gilmarnei dos Santos, 37 anos, por pouco não teve um prejuízo ainda maior. Queria trocar o seu carro por um Astra oferecido pelo golpista. Chegou a depositar R$ 300 a título de uma entrada. Nunca mais viu o Astra.

– Eu cheguei a testar o carro, levei em um mecânico e realmente o carro estava muito bom. Eu iria trocar mesmo – diz Gilmarnei.

A negociação seria fechada há duas semanas, mas ele acabou descobrindo que o Astra tinha dono. Era o proprietário de uma oficina frequentada pelo golpista. Ele nem imaginava que o seu carro havia sido oferecido para venda.

Pior ficou o prejuízo de outra funcionária do mesmo cemitério. Ela financiava um Pálio e recebeu a oferta de um Corsa. Deixou-se levar pelo possível bom negócio. Entregou o Pálio e mais R$ 6 mil, que custeariam o financiamento do Corsa. Perdeu o carro que tinha e nunca recebeu o que queria comprar.

O último colega vitimado pelo mesmo golpe perdeu R$ 2,3 mil para uma suposta linha de crédito que seria usada para a compra de um carro.

Malandro sumiu de casa

Diante do sumiço do vendedor de carros, há cerca de uma semana as vítimas chegaram a procurá-lo no endereço que tinham como a sua residência. Voltaram com ainda menos esperança. Uma vizinha contou que o golpista havia deixado o local cerca de um mês antes. Deixou para trás alguns meses de atraso no aluguel.

De acordo com o delegado César Carrion, um inquérito será aberto para apurar o suposto golpe.

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