Polícia



Indicadores de criminalidade

Roubos de veículos caem 31% em Porto Alegre e 25% no Estado 

Secretaria da Segurança Pública divulgou nesta terça-feira (12) os dados referentes a janeiro

12/02/2019 - 21h38min


Renato Dornelles
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Hygino Vasconcellos
Hygino Vasconcellos
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André Ávila / Agencia RBS
Entre os crimes de janeiro, está a morte de tia e sobrinho no bairro Mario Totta, zona sul de Porto Alegre

As ocorrências de roubos de veículos, tanto no Estado quanto na Capital, apresentaram os mais expressivos índices de queda na comparação entre janeiro de 2019 com o mesmo mês do ano anterior. Em Porto Alegre, o número caiu de 796, para 550. ou seja: uma diminuição de 31%. No Rio Grande do Sul, em 2018, haviam sido registrados 1.580 casos e agora, em 2019, foram 1.183, com queda de 25%. 

Os dados constam do relatório de indicadores criminais divulgado pela Secretaria da Segurança Pública nesta terça-feira (12).

A tendência de queda já havia sido demonstrada na comparação entre janeiro de 2017 e de 2018. No entanto, os índices não haviam sido tão elevados: -17% na Capital e -10% no Estado.  Em janeiro do ano passado, a Brigada Militar lançou a Operação Avante  com foco no combate neste tipo de crime.

Segundo o tenente-coronel Cilon Freitas da Silva, chefe da comunicação da Brigada Militar, outras duas operações contribuíram para a queda - uma intensificando o policiamento com motocicletas, garantindo mais agilidade para o trabalho - e outra colocando viaturas em pontos-chaves das cidades.

Para melhorar o enfrentamento a esse crime, a BM também passou a se debruçar em dados estatísticos. Dos registros policias vieram informações valiosas que ajudam a direcionar os PMs para locais onde há uma maior incidência de roubos de veículos e de outros crimes. Todo o início de semana, as informações chegam às mãos dos comandantes dos batalhões de áreas, que fazem a distribuição do efetivo, dando uma atenção maior a essas regiões. 

— Isso, aliado a ação de inteligência policial e repressão qualificada, faz com que a Brigada Militar tenha ação direcionada — entende o tenente-coronel.

Os resultados positivos crescem em importância se levado em conta que, em 2016, o Estado ficou em quarto lugar no país no número de veículos roubados. Dois anos antes, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Porto Alegre foi a líder no ranking entre as capitais.

Para o delegado Rafael Liedtke, titular da Delegacia de Repressão ao Roubo de Veículos (DRV) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), a queda nos roubos de veículos é reflexo de três situações: migração do crime para o litoral, grandes operações organizadas pela DP e ainda a Força-Tarefa dos Desmanches — que fiscaliza pontos de vendas de peças credenciados e clandestinos no interior e na Capital.

Segundo o delegado, as grandes ofensivas resultaram tanto em prisões como na descapitalização dos criminosos.

— Muitos desses roubos de veículos tem tem organização criminosa por trás que solicita, encomenda esses roubos, esquenta os carros e consegue lucrar bastante com a venda desses carros roubados e clonados — entende o delegado.

Outros indicadores

Os casos de homicídios caíram 17,3% em Porto Alegre. Foram 38 ocorrências em janeiro deste ano contra 46 no mesmo mês em 2018. No Estado, a redução foi mais tímida: 9,4%, com o número absoluto variando de 212 para 192. 

Em relação ao número de vítimas de assassinatos, na Capital, a queda foi de 49, em janeiro de 2018, para 44 neste ano (-10%), e no Estado, houve diminuição de 232 para 214 (-7,7%).

Para a diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Vanessa Pitrez, a explicação para a queda nos assassinatos na Capital está associada a um trabalho maior de inteligência criminal para tentar encontrar provas robustas e identificar os envolvidos no crime — dos mandantes até os atiradores.

— Não adianta prender só aquele que aperta o gatilho. Os mandantes são sempre os líderes. Só com trabalho de inteligência e fazendo um inquérito com provas concretas é que se vai descobrir a cadeia inteira — observa Pitrez.

Como 80% dos homicídios tem ligação o tráfico de drogas, investigadores da especializada nesses crimes passaram a trocar informações de forma mais intensa com o Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc). Segundo Pitrez, isso já refletiu nos números.

Em relação aos latrocínios, as ocorrências mantiveram-se estáveis no Rio Grande do Sul, com oito casos em 2018 e, agora, sete. Em Porto Alegre, o mês de janeiro não teve roubo com morte, e no ano passado, haviam sido dois.

Sem dados de feminicídios

Apesar da divulgação desta terça-feira (12), não foram informados os registros de violência contra a mulher, como feminicídios consumados. Em nota, a SSP explicou que os dados estão passando por uma validação antes da publicação. A previsão é publicar as outras informações até 15 de fevereiro. 

Leia a nota na íntegra:
"Os dados da violência contra a mulher estão passando por uma validação antes da publicação. Os dados da criminalidade são retirados do sistema já prontos. Os dados da violência contra a mulher precisam de uma avaliação ocorrência por ocorrência antes do envio para identificar se o caso é violência contra a mulher. A expectativa é que os dados saiam a partir do dia 15."


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