Polícia



Região Metropolitana

Trabalho com crianças com deficiência e plano de ser bombeira: quem era a jovem morta em ataque em Gravataí

 Maiara Emili Silveira da Silva, 20 anos, foi uma das vítimas atingidas aleatoriamente pelos criminosos após jogo de futebol amador

23/07/2019 - 07h35min


Renato Dornelles
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Isadora Neumann / Agencia RBS
Velório foi iniciado por volta de 18h

Às 17h35min desta segunda-feira (22), uma Limusine do serviço funerário entrou vagarosamente no Cemitério Parque Jardim da Paz, no bairro Agronomia, na zona leste de Porto Alegre. Para familiares e amigos de Maiara Emili Silveira da Silva,  20 anos, era o início de uma precoce despedida. Cerca de cem pessoas já aguardavam a chegada do corpo no Salão Nobre. A jovem foi uma das vítimas do ataque a tiros que matou outra pessoa e deixou oito feridos, no domingo (21), em Gravataí, na Região Metropolitana.

— Não sei como vão ficar os meninos e as meninas sem a tia Maiara — lamentou o tio e padrinho da jovem, o motorista de aplicativo Christian Bersagi, 45 anos. 

Ele se referia aos alunos de uma escola para crianças com deficiência, na qual Maiara era professora. A jovem, após concluir o Ensino Médio, chegou a pensar em estudar Pedagogia. Mas decidiu tentar a carreira do pai, que é bombeiro civil. Ela já havia terminado o curso, mas não chegara a ingressar na profissão.

Enquanto isso, além das atividades na escolinha, à noite  cuidava de outra criança, em casa, que também havia sido sua aluna.

— Era carinhosa demais. Sempre foi — conta o tio.

Bersagi diz que também era uma espécie de conselheiro da sobrinha. No domingo (21), ele foi almoçar na casa de sua sogra, avó de Maiara, que também esteve no local. Ao ir embora, a jovem o abraçou forte e lhe deu "um beijo estalado" no rosto.

— Parecia que estava se despedindo para sempre — lembra.

Reprodução / Arquivo pessoal
Maiara Emili Silveira da Silva, 20 anos

Atingida na cervical

Quando saiu da casa da avó, Maiara foi com o namorado assistir à partida do Três Estrelas, time amador, a cerca de 300 metros da residência. Terminado o jogo, eles ficaram conversando nas proximidades do campo. 

Os atiradores, que buscavam um único alvo, chegaram atirando aleatoriamente, acertando o namorado de Maiara de raspão, e ela, na cervical. A jovem ainda foi levada ao hospital, com outras oito vítimas. Quando familiares de Maiara foram chamados por assistentes sociais, foi o tio, padrinho e conselheiro quem entrou.

— Quando disseram "infelizmente" foi como se tudo tivesse desabado — lembra o motorista.

O sepultamento será às 9h desta terça-feira (23). 


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