Polícia



Suspeita de latrocínio 

"Só pensava em ajudar as pessoas", diz familiar sobre motorista de app assassinado em Montenegro

Israel Patrick Figueiredo Parcianello, o Gael, 38 anos, foi morto na madrugada desta terça-feira 

02/02/2022 - 07h00min

Atualizada em: 02/02/2022 - 08h22min


Leticia Mendes
Arquivo Pessoal / Reprodução
Gael, como era chamado, era evangélico e bastante conhecido na cidade

Há dois meses, Israel Patrick Figueiredo Parcianello, o Gael, 38 anos, havia financiado o veículo que dirigia no momento em que foi atacado com uma faca na madrugada desta terça-feira (1º) durante uma corrida. O motorista de aplicativo chegou a dirigir até o hospital, ferido, mas não resistiu. O suspeito foi preso ao longo da manhã e confessou a morte. A Polícia Civil investiga o caso como  latrocínio (roubo com morte). 

Desde que comprara o carro, Gael virava a madrugada trabalhando para juntar dinheiro para quitar a dívida. O condutor era casado havia 11 anos e morava com a esposa em uma propriedade na área rural de Montenegro, no Vale do Caí — o casal não tinha filhos. Ele já havia se empregado em indústrias da cidade e há três meses passou a atuar como motorista de app. Segundo a família, estava empolgado com a nova função.  

— Antes ele trabalhava com o carro da minha filha. E agora tinha o carro dele. Estava tão faceiro. Dizia: “vou pegar o horário da noite que rende mais, assim eu pago o carro logo”. Chegava em casa, 8h ou 9h, porque passava a noite trabalhando — recorda o sogro, Sandro Gonçalves, 52 anos.  

Todas as noites, Gael costumava permanecer em um posto de combustíveis na área central de Montenegro, de onde partia para atender as corridas. Foi de lá que ele saiu, pouco depois das 3h. Antes disso, havia conversado com frentistas e tomado café. Evangélico, frequentava a igreja com regularidade, e esse era um dos temas que mais gostava de falar.  

— Vivia pregando o evangelho, falava em Jesus para todo mundo. Estava sempre contente, não tinha maldade na cabeça. Era muito conhecido, muito popular em Montenegro. Todo mundo gostava dele. Se ele via alguém falar de outra pessoa, repreendia, dizia que a gente nunca sabe o que o outro está passando. Só pensava em ajudar as pessoas — diz o sogro.  

Pelo perfil de Gael, a família não acredita que ele possa ter tido alguma relação violenta com o passageiro, que confessou o crime, mas alegou que a morte aconteceu durante uma briga. A polícia suspeita que ele tenha sido vítima de assalto, que resultou no latrocínio.   

— Gael não era de briga. Ele só tinha mentalidade de ajudar, não de destruir. É inexplicável alguém fazer uma maldade dessas — lamenta.  

O velório deve ter início na noite desta terça-feira e o enterro está previsto para ocorrer na manhã desta quarta-feira (2), no Cemitério Municipal.  


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