Polícia



Reforço

Número de policiais fazendo patrulha em horário escolar chegará a 3,5 mil, promete Brigada Militar

Efetivo que atua das 7h às 19h atualmente  é de 1,5 mil brigadianos 

14/04/2023 - 10h33min

Atualizada em: 14/04/2023 - 10h33min


Isabella Sander
Isabella Sander
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Jonathan Heckler / Agencia RBS
Número de PMs fazendo patrulha das 7h às 19h deve aumentar de 1,5 mil para 3,5 mil

O efetivo da Brigada Militar que faz a patrulha nas ruas em horário escolar deve mais do que dobrar em abril – a promessa é de que passe dos 1,5 mil atuais para 3,5 mil. A ampliação é possível após a autorização, por parte do governador Eduardo Leite, de horas extras para a corporação. Ainda nesta quinta-feira (13), o secretário da Segurança, Sandro Caron, disse que o número será incrementado usando policiais que atuam em áreas administrativas e que estão de folga recebendo a mais. 

O reforço será feito no horário das 7h às 19h, quando acontece a maior parte das aulas nas instituições de ensino no Estado. A informação foi dada pelo subcomandante-geral da Brigada Militar, Douglas da Rosa Soares, durante evento sobre violência nas escolas promovido pelo Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe/RS). Segundo o coronel, o reforço na proteção de áreas escolares está ocorrendo desde segunda-feira (10), quando começaram a surgir denúncias nesse sentido. 

— Estamos reforçando e continuaremos a reforçar o patrulhamento nas ruas, bairros e cidades do Rio Grande do Sul, para abraçar essa comunidade que, agora, está com medo — assegura o subcomandante, relatando, ainda, que a medida será tomada ao longo de todo o mês de abril. 

Em um segundo momento, as Secretarias Estaduais de Educação (Seduc) e de Segurança Pública (SSP) apresentarão capacitações voltadas para gestores de escolas. Uma cartilha sobre o assunto já está sendo elaborada, conforme o coronel. 

— Os diretores são os nossos olhos dentro das escolas. Essa capacitação é para que eles possam identificar pontos de alerta e nós possamos nos antecipar em situações com esse momento que estamos vivendo agora. Precisaremos ter atitudes diferentes das que vínhamos tendo, pois o momento histórico mudou — salienta Soares. 

Nesse processo de mudança de atitudes, o subcomandante destaca que a Brigada Militar será um dos braços na busca por uma integração maior entre escolas e órgãos de segurança. A orientação é de que professores e diretores “não se furtem de ligar para o 190” em casos de emergência e que, em um segundo momento, telefonem também para o número 181, que é o disque-denúncia da SSP, para dar mais informações. 

Em paralelo ao patrulhamento nas ruas, Brigada Militar e Polícia Civil atuam em ações de inteligência, a fim de antecipar o movimento que leva a atos de violência em ambientes escolares. Foi assim que pelo menos sete adolescentes já foram apreendidos no RS por ameaças e planejamento de ataques a escolas

O subcomandante ressaltou o fato de que o momento que o Brasil vive é de dor e medo, mas que, para enfrentá-lo, é preciso percorrer o caminho de forma tranquila: 

— Sei que o medo está batendo às nossas portas, porque estamos recebendo uma enxurrada de fake news. A imensa maioria são informações falsas que só causam pânico. Agora, precisamos afastar o medo e usar a razão para seguir em frente. 

Orientações às escolas 

O Sinepe/RS organizou o evento de forma híbrida, com o intuito de preparar as escolas para as transformações que poderão ter que fazer para tornar seus ambientes mais seguros. 

— Enquanto não houver calma e tranquilidade nas escolas, você não terá um processo pedagógico adequado. De fato, a segurança, hoje, é um fator indispensável, e muitos pais escolhem a escola em razão da segurança. Por isso, é importante assessorar as escolas, no sentido de lhes dar subsídios para que consigam trabalhar a segurança de forma sistemática — diz o presidente do Sinepe/RS, Oswaldo Dalpiaz. 

A realidade da rede privada, conforme Dalpiaz, é muito diversificada: há desde escolas com apenas um portão baixo de acesso, que nunca investiram em reforço na segurança porque nunca precisaram, até instituições onde já há uma cultura de segurança instaurada. Para abarcar toda essa diversidade de perfis, um projeto de prevenção à violência nas escolas particulares será apresentado nesta sexta-feira (14) pela Federação Nacional das Escolas Particulares, em um encontro do Sinepe de Minas Gerais. 

Durante o evento organizado pelo Sinepe/RS, também foi realizada uma palestra de André Steren, especialista em segurança escolar da empresa Prot Consultoria de Segurança. Ele deu algumas diretrizes de ações que podem ser adaptadas e implementadas em todos os ambientes, situadas em seis tópicos: 

  1. Mapear e conhecer toda a região da instituição  
  2. Fazer o mapeamento e a análise interna do local 
  3. Elaborar um plano geral de segurança 
  4. Fazer um plano de investimentos com cronograma, prioridades e organização das soluções de segurança 
  5. Criar uma central de monitoramento e indicadores 
  6. Realizar treinamentos, a fim de promover uma cultura de segurança 

O especialista indica, ainda, criar um canal de denúncias, que pode receber informações sobre bullying e casos de assédio, por exemplo, bem como criar comitês de crises e monitoramento de ocorrências e promover o relacionamento com órgãos públicos. 


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