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Investigação

"Choro de saudades todos os dias", diz mãe de mulher desaparecida desde fevereiro em Sapucaia do Sul

Jéssica de Oliveira, 30 anos, não é vista desde o dia 1º daquele mês; seu carro foi encontrado incendiado no dia seguinte ao desaparecimento

21/04/2024 - 11h45min


Mathias Boni
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Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Jéssica de Oliveira, 30 anos, está desaparecida desde 1º de fevereiro.

A família de Jéssica de Oliveira, 30 anos, está aflita desde o início de fevereiro em busca de informações sobre o seu paradeiro. No dia 1º daquele mês, Jéssica foi vista pela última vez, após sair de sua casa em Sapucaia do Sul. No dia seguinte, seu carro foi localizado incendiado em Novo Hamburgo, no Vale dos Sinos. Desde então, ela nunca mais foi encontrada. 

— Minha filha já está desaparecida há quase três meses. Eu choro de saudades todos os dias, estou com depressão. Preciso de respostas, preciso encontrar a Jéssica — diz a mãe da desaparecida, a cozinheira Rita de Cássia de Oliveira, 46 anos. 

O caso segue sob investigação da equipe da 2ª Delegacia da Polícia Civil de Sapucaia do Sul. Naquele 1º de fevereiro, Jéssica saiu de casa em seu carro, um Polo branco, para atender a um chamado realizado por um site de contratação de acompanhantes. Ainda naquele dia, ela chegou a fazer uma chamada de vídeo para a família, afirmando estar na Lomba Grande, em Novo Hamburgo — um homem estaria também com ela no veículo. Esta foi a última vez que a família viu ou falou com Jéssica. 

Já no dia seguinte, o carro dela foi localizado incendiado em uma área de difícil acesso, nas margens da Rua Presidente Lucena, no bairro Primavera, também em Novo Hamburgo. Foi necessário usar uma retroescavadeira para remover o veículo do local. 

A família registrou o desaparecimento de Jéssica ainda no dia 1º, antes de o carro dela ser encontrado incendiado. Não havia vestígios dela dentro do veículo.

Conforme informações da polícia e da própria mãe de Jéssica, ela atuava como garota de programa, e costumava atender detentos do sistema prisional. Rita acredita que o desaparecimento da sua filha, e eventual assassinato, possa estar relacionado a uma possível retaliação em relação a essa atividade

— Soube que ela estava sendo ameaçada em razão de alguns envolvimentos dela. A esperança é que ela ainda esteja viva, se escondendo, mas mesmo que não esteja, preciso encontrar o corpo para enterrar minha filha — afirma Rita. 

No dia 21 de fevereiro, uma ossada chegou a ser localizada na região da Lomba Grande. No local, foi encontrado inicialmente um crânio e logo depois o restante dos restos mortais. Conforme Rita de Cássia, a família chegou a acreditar que pudesse se tratar do corpo de Jéssica, mas a informação não se confirmou.

O delegado Gabriel Lourenço, da 2ª Delegacia de Sapucaia do Sul, lidera as investigações do caso. Segundo o delegado, os trabalhos de apuração prosseguem, em sigilo, ainda no aguardo do cumprimento de novas medidas. 

Filho de seis anos

Natural de São Leopoldo, Jéssica é a mais velha entre quatro irmãs. Após estudar na Escola Castro Alves e no Instituto Parque do Trabalhador, chegou a iniciar um curso técnico de enfermagem, mas não concluiu por dificuldades financeiras. 

Antes de começar a atuar como acompanhante, Jéssica trabalhou com a venda de veículos. Recentemente, adquiriu um apartamento e alugou uma casa em Sapucaia do Sul, onde vivia com o único filho, de seis anos

Segundo Rita, o menino, desde o desaparecimento da mãe, está aos cuidados da família paterna. O pai da criança estaria preso. 

— O menino também está muito abalado desde que a Jéssica sumiu, agora começou a tomar remédio para se acalmar. Ele também chora e pergunta pela mãe todos os dias — reforça Rita de Cássia. 


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