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Vale do Sinos

Polícia Civil descobre esconderijo do tráfico e desenterra maconha nos fundos de sítio em São Leopoldo

Um homem foi preso durante a apreensão na propriedade que estaria sendo usada para armazenamento e distribuição. Ofensiva foi realizada na quarta-feira (24) pelo Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc)

25/04/2024 - 09h47min


Leticia Mendes
Polícia Civil / Divulgação
Cerca de 30 quilos da droga estavam escondidos nos fundos da propriedade, enterrados dentro de sacos e tonéis.

A informação de que um sítio estaria sendo usado para armazenamento e distribuição de maconha por uma facção criminosa em São Leopoldo, no Vale do Sinos, foi confirmada pela Polícia Civil durante uma operação no local. Parte da droga estava escondida nos fundos da propriedade, enterrada dentro de sacos e tonéis. Foram apreendidos ao todo 41 quilos de maconha e um homem de 27 anos foi preso em flagrante por tráfico de drogas.

A operação se deu no fim da tarde da quarta-feira (24), pela equipe do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc). Os policiais chegaram ao local já sabendo que aquele poderia ser um ponto que estaria sendo usado pela facção com berço no Vale do Sinos para armazenar carregamentos de entorpecentes. Enquanto monitoravam o sítio, que fica perto do Rio dos Sinos, perceberam uma movimentação na propriedade.

Segundo a delegada Ana Flávia Leite, ao ingressarem no local, os policiais confirmaram que o sítio vinha sendo usado para armazenamento. Num galpão, os agentes encontraram os primeiros tijolos de maconha. Aos fundos da propriedade, os policiais perceberam um ponto suspeito, no qual a terra parecia remexida.

Ao escavarem naquele ponto com pás e enxadas, os policiais encontraram tonéis, onde estavam armazenados mais 30 quilos de maconha.

— Estavam deitadas, embaladas em sacos e dentro de tonéis —  explica a delegada Ana Flávia Leite, da 4ª Delegacia do Denarc, que coordena a investigação.

No total, foram apreendidos  60 tijolos de maconha com o peso aproximado de 41 quilos, e uma balança de precisão. Essa estratégia de enterrar carregamentos de drogas em propriedades não é nova. É uma forma usada pelos criminosos para tentar dificultar o rastreamento por parte da polícia.

Um homem que seria o responsável por armazenar as drogas para a facção criminosa foi preso em flagrante no local por tráfico de drogas.

Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Droga apreendida durante a operação em São Leopoldo.

Operação Nárke

Segundo o diretor do Denarc, delegado Carlos Wendt, a ofensiva integra a Operação Nárke. A ação nacional, do Ministério da Justiça, teve início na segunda-feira (22), e envolve todos os Estados do Brasil e no Distrito Federal. A ofensiva tem duração de quatro dias, e tem como objetivo combater as organizações criminosas envolvidas com o tráfico e outros delitos.

Em balanço divulgado na quarta-feira (24), o governo federal informou que até o momento 136 pessoas foram presas na Operação Nárke, 1,4 tonelada de drogas apreendida, assim como seis mil unidades de drogas sintéticas, oito armas de fogo e 132 munições. Também foram apreendidos R$ 42 mil em espécie. O montante de bens apreendidos passa de R$ 2,9 milhões.

Outras apreensões

Além desta apreensão, o Denarc realizou entre quarta-feira e quinta-feira outras operações dentro da Nárke. Uma delas ocorreu na manhã desta quinta-feira em Alvorada, na Região Metropolitana. Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão em casas localizadas no bairro Sumaré. A suspeita é de que esses pontos fossem utilizados para o armazenamento de drogas, munição e armas de fogo. 

Segundo o delegado Rafael Liedtke, as investigações se iniciaram há cerca de dois meses, quando os policiais passaram a monitorar e acompanhar os alvos. Ao longo das apurações, a polícia constatou que os investigados integravam uma facção que atua na zona leste de Porto Alegre e que também opera em Alvorada. Na operação, não chegaram a ser localizadas drogas e armamentos nos locais. Foram apreendidos diversos celulares, dinheiro em espécie, no valor de cerca de R$ 15 mil, e câmeras que seriam usadas para monitorar a movimentação no entorno. 

Polícia Civil / Divulgação
Operação Medellín mirou uma das maiores telentregas de drogas já identificada pelo Denarc.

A outra operação, chamada de Medellín, ocorreu ainda na tarde de quarta-feira, após três meses de investigação. A ação mirou uma das maiores telentregas de drogas já identificada pelo Denarc. Conforme o delegado Gabriel Borges, os criminosos mantinham a telentrega em Canoas, de onde os entorpecentes eram distribuídos para a Grande Porto Alegre. Os policiais identificaram um suposto depósito de drogas, no bairro Mathias Velho. 

Durante a ação, um homem de 33 anos foi flagrado saindo do local num veículo, onde foram encontrados 10 quilos de maconha. Dentro do imóvel, foram localizados mais 120 quilos de maconha e dois quilos de maconha skunk ou camarão, com alto teor de THC. A telentrega é considerada uma das maiores já identificadas pelo Denarc. 

Foram apreendidos ainda equipamentos para produção, armazenamento e acondicionamento das drogas, como uma serra elétrica, seladora de embalagem, balanças, fitas, potes herméticos, entre outros. Os traficantes também tinham adesivos personalizados com a marca dos itens vendidos e distribuíam brindes aos compradores. Ainda foram localizadas uma flore de maconha importada da Colômbia e brownies recheados com manteiga de maconha.


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