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Serviço autônomo: a esperança de renda do trabalhador em 2017 

Veja as áreas com boas oportunidades e as que têm os maiores desafios 

26/12/2016 - 07h01min

Atualizada em: 26/12/2016 - 07h01min


Erik Farina
Erik Farina
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A crise econômica e a turbulência em Brasília, com o acirramento de disputas políticas, vão continuar impondo desafios a quem irá em busca de uma vaga de emprego em 2017. As previsões de economistas e consultores de Recursos Humanos indicam que alguns dos setores que mais contratam no Brasil, mesmo que esbocem uma reação e vislumbrem certo crescimento nas vendas, ainda sentirão dificuldades. Com isso, limitarão a convocação de novos empregados.

– Os segmentos mais tradicionais terão dificuldades no próximo ano. Indústria, construção civil e o comércio dificilmente ampliarão o número de contratações – projeta o presidente da seção gaúcha da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RS), Orian Kubaski.

Talvez, o setor primário (agricultura e pecuária, por exemplo) consiga absorver parte da mão de obra que não tem conseguido se inserir nos outros segmentos. Empregados de linha de produção terão desafios para encontrar vagas no próximo ano. Conforme a Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), as fábricas gaúchas deverão reduzir em 1% a quantidade de vagas em 2017.

Um dos problemas é a queda nas margens de lucro nas exportações e o aumento nas importações, o que, na prática, drena os recursos da indústria e inibe novas contratações. Além disso, o desemprego em outros setores tira o dinheiro do bolso de consumidores e reduz a demanda por produtos industrializados em todo país.

– O industrial está com dificuldade para conseguir crédito e, para gerar o negócio, reduz margem de lucro – projetou o economista da Fiergs André Nunes, em apresentação das perspectivas da entidade para 2017.

A redução do emprego e o aumento da inflação diminuíram a massa salarial real paga pelo setor em 9,6% até setembro de 2016. O número de empregados nas fábricas caiu 8,1%.

– Seguiremos destruindo empregos, mas em ritmo menor – lamentou Nunes.

Diante das dificuldades, a sugestão de Orian Kubaski é que profissionais experientes como pintores, eletricistas, azulejistas, colocadores de piso ofereçam seus serviços diretamente ao consumidor final, sem esperar por um recrutamento com carteira assinada.

– Falta emprego, mas não falta serviço – diz.

Áreas com boas oportunidades, para autônomos ou não

* Cuidados pessoais: Com o avanço de idade da população brasileira, ficará mais evidente a busca pela saúde e qualidade de vida de idosos: enfermeiros, cuidadores, fisioterapeutas, geriatras deverão ter boas oportunidades em 2017.

* Marketing em ponto de venda: Na briga do varejo para aumentar as vendas em meio à crise da economia, tem crescido as apostas na publicidade no ponto de venda, montagem de gôndola e exposição de lançamentos. Um caminho para profissionais de publicidade, marketing e design.

* Tecnologia da Informação (TI): Com a ampliação da automatização das indústrias e a necessidade de ampliar o uso de tecnologia em empresas de todos os portes, as portas para profissionais de Tecnologia da Informação devem continuar abertas, com bons salários.

* Sustentabilidade em Agronegócio: Uma área que tem atravessado com certa tranquilidade a crise, o agronegócio passa a investir mais em tecnologia e sustentabilidade, o que abre um novo campo de atuação para engenheiros agrônomos e especialistas ambientais.

* Controladoria: Em momento de crise, controlar e focar na redução de custos e acompanhamento de resultados torna-se fundamental para o sucesso e superação das dificuldades: ou seja, mais oportunidades para contadores e administradores.

Áreas com maiores dificuldades

* Ciências sociais: A crise no serviço público em todas esferas poderá reduzir o número de concursos para profissionais de áreas das ciências sociais, além de secar fontes de financiamento a publicações e pesquisas. A possibilidade é que a iniciativa privada absorva parte desta mão de obra.

* Construção civil: O setor dificilmente retomará as atividades a pleno no próximo ano, e, com menos projetos e construções, diminuem também as vagas para engenheiros, arquitetos e demais funcionários envolvidos em canteiros de obras.

* Produção industrial: Mesmo que haja retomada na atividade da indústria, a capacidade ociosa elevada poderá protelar as contratações de profissionais de engenharia de produção e das linha de montagem.

* Comércio varejista: Deve haver dificuldade para ampliação na contratações de vendedores, estoquistas e atendentes no comércio, em razão da crise econômica e do endividamento da população, que reduzem gastos nas lojas.

Fontes: Orian Kubaski, presidente da ABRH-RS, Claudio D'Amico, sócio-diretor da Missel Capacitação Empresarial, e Celso Bazzola, diretor executivo da Bazz Estratégia de Recursos Humanos.

Confira alguns cursos com inscrições abertas para melhorar sua chance de encontrar emprego

De graça

* Centro de Educação Profissional Calábria: inscrições abertas para cursos gratuitos de qualificação profissional em marcenaria, padaria, design de multimídia e mecânica automotiva para jovens. Interessados poderão fazer inscrição até o dia 6 de janeiro, das 8h às 11h e das 13h às 17h, no Calábria na Estrada Aracaju, 650, Bairro Vila Nova, na Zona Sul da Capital. As vagas são limitadas e as inscrições são por ordem de chegada. Os critérios para participar do processo seletivo são estar cursando a partir do ensino médio e ter entre 16 e 18 anos. É necessário levar os seguintes documentos: RG, CPF, comprovante de residência, atestado de escolaridade, duas fotos e carteira de trabalho.
O site da instituição é www.calabria.com.br.

* Técnicas de Vitrines (30 horas/aula): Ocorrerá de 6 a 29 de março. Desenvolve profissionais para executar a exposição dos produtos em pontos de venda. Senac Centro Histórico (Rua Pinto Bandeira, 292, Porto Alegre). O preço, para o público em geral, é de quatro parcelas de R$ 109,25.

* Cortes de Cabelo (40 horas/aula): Ocorrerá de 27 de março a 24 de abril. É uma atualização na prática das técnicas de corte de cabelos masculino, feminino e infantil. Senac Centro Histórico (Rua Pinto Bandeira, 292, Porto Alegre). O preço, para o público em geral, é de sete parcelas de R$ 102,66.

* Boas Práticas para Serviços de Alimentação (16 horas/aula): Ocorrerá de 20 a 23 de fevereiro. Ensina boas práticas na manipulação de alimentos, em atendimento à legislação sanitária em vigor. Senac Passo D'Areia (Avenida Assis Brasil, 1.481, Porto Alegre). O preço, para o público em geral, é de 12 parcelas de R$ 31,26.



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