Encare a crise



Dieta na conta do almoço

Tem solução para gastar menos nas refeições fora de casa; veja como

Valor gasto em refeições subiu mais do que a inflação nos últimos 12 meses. Reportagem traz dicas de economia nos bufês a quilo e livre

27/03/2017 - 04h01min

Atualizada em: 28/03/2017 - 14h20min


Erik Farina
Erik Farina
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Se a conta bancária está esvaziando mais rápido do que deveria, talvez uma saída seja controlar com mais afinco os gastos no almoço. Nos últimos 12 meses, o preço médio da alimentação fora de casa passou de R$ 16,96 para R$ 17,84 em Porto Alegre, segundo pesquisa de preços da UFRGS (IPC-IEPE). Ou seja, almoçar em um restaurante ficou 5,2% mais caro (índice acima da inflação no período – conforme o IPCA, 4,76%), o que deve acender o sinal de alerta em um momento de queda na renda e dificuldade em encontrar e manter o emprego. Desde 2010, o preço da alimentação nos restaurantes quase dobrou: subiu 94,1%, de acordo com o mesmo estudo.

– Cada vez mais a alimentação fora de casa pesa no orçamento familiar. E o almoço fora de casa, no intervalo do trabalho, muitas vezes, traz um gasto exagerado, que pode ser controlado – afirma a consultora financeira Camila Bavaresco.

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Fazer uma avaliação do que é mais adequado para cada caso – bufê livre, a quilo ou à la carte, por exemplo – pode ser o primeiro passo para gastar menos no intervalo. Se o bufê livre inclui bebida e sobremesa, mas você não os consome, pode ser a hora de buscar outra opção. No bufê a quilo, a jeito é evitar produtos que pesam demais e alimentam de menos: batata frita, salgadinho, carnes com osso etc.

– Levar uma marmita para o trabalho também é uma boa alternativa, principalmente para quem não recebe vale-refeição da empresa, como prestadores de serviço – sugere Camila.

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Outro devorador feroz de dinheiro são os lanches durante o expediente, no bar da firma ou com a tia do pastel. Levar de casa uma fruta, biscoitos ou um sanduíche, geralmente, é mais saudável e, quase sempre, mais barato. Também é importante ter cuidado com o uso do vale-refeição. Muitas pessoas gastam mais do que deveriam nos primeiros almoços do mês, e o dinheiro termina antes da hora. Cerca de 81% dos trabalhadores brasileiros que recebem o benefício afirmam que o valor mensal adquirido não dura até o final do mês, segundo levantamento realizado pela Sodexo Benefícios e Incentivos.

Um caminho indicado por especialistas é consultar sites e aplicativos das empresas de vale-refeição para acessar programas de fidelidade dos restaurantes parceiros, com controle e registro de pontuação – o que substitui de maneira prática e organizada o cartão impresso oferecido por estabelecimentos.

Veja dicas práticas para escapar dos preços altos dos restaurantes:

NO BUFÊ A QUILO...
- Previna-se das "pegadinhas do bufê a quilo": salgadinhos, batata frita, polenta e salada de maionese pesam demais, e o valor nutricional destes alimentos é baixo.
- Fique atento ao que coloca no prato nestes bufês: 200g de arroz e feijão custam o mesmo do que 200g de picanha ou filé-mignon.
- Coma uma fruta meia hora antes do almoço. Isso reduz o "desespero" do apetite e o leva a ser mais criterioso na montagem do prato.
- Redobre a atenção com gastos em refrigerantes e sucos, que costumam ter preços salgadíssimos nos restaurantes e podem corresponder a até 20% do valor do almoço.

NO BUFÊ LIVRE E EM RESTAURANTES
- Muita gente vai tanto no bufê livre que não percebeu quanto gastaria se a opção fosse por peso. Faça essa experiência, pelo menos, uma vez: o resultado poderá surpreender.
- Avalie se realmente está aproveitando as vantagens do bufê livre. Se a refeição inclui bebida e sobremesa, mas você não os consome, é melhor buscar outra opção.
- Varie: ande pela vizinhança para conhecer outras opções gastronômicas, com novos pratos e preços.
- Fique atento aos programas de benefícios do cartão de crédito e a cupons de descontos na internet, que podem trazer benefícios em bares e restaurantes.

NA REFEIÇÃO NO TRABALHO...
- Preparar a marmita em casa costuma sair mais em conta e pode se tornar um hábito também mais saudável em razão de se evitar frituras e exageros.
- Uma boa marmita (e barata) também deve levar em conta legumes da estação, que são mais em conta e frescos.
- Varie o menu, para não enjoar rápido da marmita. Faça, pelo menos, três opções de cardápio em uma mesma semana, e vá intercalando.
- Tem pouca imaginação para fazer marmitas? Clique aqui e inspire-se nas dicas para preparos saudáveis.
- Veja
neste link mais opções de marmitas saudáveis e nutritivas para levar para o trabalho.
- Restrinja os lanches e cafezinhos no expediente. Além de pouco benéfico à saúde, é um hábito caro: pode sair bem mais em conta levar o lanche de casa.

Ainda está em dúvida sobre a marmita? Relembre as dicas do professor de Gastronomia Mamadou Sène para fazer em casa uma marmita boa e barata

USANDO O VALE-REFEIÇÃO...
- Fique atento ao saldo do cartão vale-refeição, para ver se o gasto está ocorrendo no ritmo certo, sem exageros. As empresas de benefício apresentam informações em seus sites ou aplicativos.
- Informe-se: empresas de vale-alimentação podem promover ofertas e descontos junto a parceiros. Consulte os sites.
- Mobilize os colegas de trabalho para pedir que a empresa feche uma parceria com algum restaurante das proximidades, buscando preços mais baixos.
- Evite vender o vale-refeição, em que há defasagem de até 20% do valor original, ou usá-lo para lazer enquanto paga o restaurante do próprio bolso.


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