Reforço na conta
Terceiro lote da restituição vem aí: o que fazer com o dinheiro extra
Quem está com dívidas em atraso tem uma boa possibilidade de voltar a ter o sono em dia com a restituição do Imposto de Renda
A Receita Federal abre nesta terça-feira (8) a consulta ao terceiro lote de restituição do Imposto de Renda da Pessoa Física de 2017 – clique neste link para conferir se você está nele. Serão contemplados mais de 2,012 milhões de contribuintes, com distribuição de R$ 2,8 bilhões. O lote abrange também restituições residuais dos exercícios de 2008 a 2016. O crédito bancário para os contribuintes será realizado no dia 15 de agosto. No Rio Grande do Sul, 118.869 pessoas receberão a restituição – o total é de R$ 154.209.132,07, e a maior parte do valor restituído refere-se ao exercício 2017, em que 115,5 mil contribuintes receberão R$ 146,3 milhões.
Para fazer um bom uso deste dinheiro extra, o segredo é traçar um bom planejamento. O caminho mais indicado por consultores financeiros é justamente pagar as dívidas, começando por aquelas mais caras, com juros mais altos e que viram uma bola de neve no orçamento. Desta forma, elimina-se, além do grande vilão do orçamento, possíveis restrições nos órgãos de análise de crédito.
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– Outra opção para quem não está com dívidas em atraso é reservar esse dinheiro para pagamentos de tributos anuais à vista e com desconto (como IPVA e IPTU, que chegam no fim do ano) – afirma o consultor financeiro Jó Adriano da Cruz.
De acordo com Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), quem está com as contas em dia pode utilizar pelo menos parte de sua restituição para poupar. Para isso, é importante ter uma meta estabelecida, ou seja, um objetivo com valor e prazo, o que irá motivá-lo a continuar guardando dinheiro.
– A restituição, assim como outras receitas extras como as contas inativas do FGTS, 13º salário, participação nos lucros e resultados da empresa, bônus e comissões, por exemplo, pode ser direcionada para adiantar o sonho do consumidor – aponta Domingos.
As aplicações mais sugeridas por consultores financeiros para valores não regulares e inferiores a R$ 600, como costumam ser boa parte das restituições, são os Títulos do Tesouro, que aceitam aplicações de menos de R$ 40, e também a Caderneta de Poupança, que dispensa valores mínimos e tem isenção de Imposto de Renda. Usar o dinheiro para dar um reforço em um plano de previdência privada também deve ser visto como uma boa opção.
O que fazer com a restituição
Quais dívidas pagar
– A prioridade de uso para a restituição é eliminar dívidas em atraso, nas quais correm juros e que deixam o consumidor impedido de contratar novos empréstimos.
– Se não for possível pagar todas as dívidas com a restituição, será preciso ordenar os pagamentos prioritários.
– Em primeiro lugar, pague as dívidas que tragam o risco de privar o consumidor de serviços básicos, como água, luz e moradia.
– Depois, é fundamental eliminar dívidas com juros mais altos, como faturas atrasadas do cartão de crédito e do cheque especial. Em ambos os casos, é recomendável ligar para o banco e negociar desconto para pagamento à vista.
Vale a pena antecipar as contas?
– O dinheiro extra trazido pela restituição pode ser útil também para antecipar o pagamento de parcelas de dívidas, abatendo juros e tarifas.
– Alguns exemplos são antecipar parcelas do financiamento da casa ou do carro, e até de parcelas de carnês e compras parceladas no cartão de crédito.
– Lembre-se de que dentro de quatro meses começarão a chegar as contas de final de ano: IPTU, IPVA e rematrículas escolares. Então, deixar este dinheiro reservado para as contas do futuro é uma garantia de mais tranquilidade e dinheiro para pagar à vista, aproveitando descontos.
Onde investir
– Para quem já está com as contas em dia e tem uma reserva para emergência, vários tipos de aplicações da renda fixa são indicados para fazer o dinheiro render e chegar a um montante desejado para alcançar algum objetivo.
– Para escolher a melhor aplicação, é importante observar o rendimento, os prazos para resgate e os valores mínimos aceitos para o investimento inicial.
– Para valores de até R$ 1 mil, as melhores opções costumam ser a Caderneta de Poupança e os Títulos do Tesouro, que não cobram taxa de administração.
– Quem recebe um valor mais alto pode negociar com o banco bons rendimentos nos CDBs e Fundos, que costumam pagar melhor quem tem valores mais altos para investir.