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Queda da Selic deve baratear empréstimos: veja outros efeitos da redução

Por outro lado, nova redução da taxa, de 8,25% para 7,5% ao ano, fará com que aplicações rendam menos. Confira mais efeitos da queda da Taxa Selic

27/10/2017 - 10h16min

Atualizada em: 27/10/2017 - 10h16min


Erik Farina
Erik Farina
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Porthus Junior / Agencia RBS

A nova redução da taxa básica de juros (Selic) mexe nas finanças em todos os movimentos do consumidor. Dos juros no empréstimo à remuneração de fundos de investimentos, do custo da casa própria à situação da economia brasileira como um todo, o efeito do novo corte de 8,25% para 7,5% ao ano, decidido pelo Banco Central na quarta-feira passada (25), poderá dar combustível à recuperação da economia, conforme especialistas. Principalmente por não ser um movimento isolado: foi a nona redução seguida desde outubro do ano passado, quando a Selic estava em 14,25%.

Com os cortes no juro básico, investidores que até então buscavam rentabilidade polpuda nos títulos públicos, como bancos e grandes investidores, por exemplo, tendem a levar seu bilhões a alternativas que estimulam diretamente o crescimento da economia, como linhas de crédito privado, letras de crédito e a Bolsa de Valores, que direcionam os recursos captados para empresas privadas. 

– Esse dinheiro mais barato e abundante disponibiliza condições para que empresas façam ampliações de fábricas e empreendedores montem novos negócios, fazendo a economia girar e gerar mais empregos – explica Valter Bianchi Filho, sócio da Fundamenta Investimentos. 

Caderneta de Poupança

Valter explica que mesmo os pequenos investidores terão de assumir algum risco caso queiram uma remuneração mais generosa na renda fixa. Uma aplicação no CDB que pagava 100% de DI (indicador que acompanha a Taxa Selic) pagava, um ano atrás, juros duas vezes maiores do que paga hoje. Mesmo a Caderneta de Poupança é afetada, pois remunera 70% da Selic mais Taxa de Referência (TR) quando o juro básico cai para 8,25% ou menos.

Ainda que lentamente, as lojas começam a baixar as taxas do parcelamento e dos carnês de longo prazo. Conforme a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), o juro do comércio teve leve queda nos últimos 12 meses, acompanhando a direção da Selic, embora em menor intensidade. A lógica é que a queda da Selic derruba os custos para que lojistas e bancos obtenham dinheiro para emprestar, portanto, eles também podem repassar ao consumidor juros mais baixos. O Banco do Brasil avisou na quarta-feira que reduzirá o seu menor juro para compra de veículos de 1,19% para 0,99% ao mês. 

– Além de favorecer a queda do juro do crédito, a redução da Selic deve fazer os bancos "destravarem" empréstimos, que escassearam nos últimos meses, pois há uma percepção de que o risco de calotes diminuirá com o crescimento do emprego e da renda – explica Miguel Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Anefac. 



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