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Desempregado há mais de dois anos? Veja o que fazer para voltar ao mercado

Especialistas dão dicas que podem ajudar os 90 mil gaúchos nessa situação

11/12/2018 - 11h11min


Erik Farina
Erik Farina
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O drama do desemprego é um velho companheiro para 90 mil gaúchos que buscam trabalho há mais de dois anos, conforme levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número equivalia a 18,6% dos desempregados do Estado no terceiro trimestre, recorde desde o começo de 2012.

Para esses, a corrida contra o tempo é também um cabo-de-guerra contra o abalo na autoestima, a defasagem laboral e a desconfiança de recrutadores. Conseguir se reerguer e manter as chances de encontrar uma vaga depois de tanto tempo é tarefa difícil e depende de planejamento e disciplina. 

— O importante é a pessoa se movimentar, manter a iniciativa de procurar trabalho, fazer bicos, sair para tomar um café com ex-colegas, fazer cursos pela internet. O que não pode é ficar em casa vendo TV — afirma Rose Russowski, diretora da consultoria Lee Hecht Harrison (LHH) na região Sul.

O principio é de que não se pode condenar alguém por não ter emprego há mais de dois anos, mas pode-se questionar por que alguém passou tanto tempo sem fazer qualquer espécie de trabalho, serviço voluntário ou cursos. Desistir da procura e aguardar que a vaga chegue por indicação é má escolha: alonga ainda mais a espera e leva ao risco de desânimo e depressão enquanto o telefone não toca.

— Às vezes, quem está desempregado há mais tempo recebe ofertas que podem não ser a vaga dos sonhos. O erro de muitos é rejeitar porque acha que vem algo melhor, e com isso continuar parado — afirma Luciana Adegas, diretora da Metta Capital Humano.  — A melhor forma de conseguir um bom emprego é estar empregado e atualizado em sua profissão.

Obter a vaga após tanto tempo também envolve mobilizar amigos, parentes e ex-colegas com rodadas de contatos para lembrá-los que a procura permanece. Tão comum quanto divulgar nas redes sociais que perdeu o emprego é se esquecer de relembrar os conhecidos que a condição de desempregado permanece. 

— Não adianta ter dito aos conhecidos que estava desempregado há dois anos. Tem que voltar a fazer esses contatos em novas rodadas, pois a vaga pode ter aparecido nesse meio tempo e a pessoa não ter sido lembrada — aponta Rose Russowski.

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CUIDE DO CORPO E DA MENTE

  • O pior inimigo do desempregado é a TV e o sofá. Quem procura vaga por muito tempo, sem sucesso, muitas vezes desanima e se esconde dentro de casa. O risco é entrar em depressão, criando um obstáculo a mais para o emprego.
  • A sugestão é organizar uma agenda com pelo menos uma saída de casa por dia: pense em museus, centros culturais, palestras, caminhadas em um parque e um café com amigos ou ex-colegas. 
  • Não deixe que a longa procura abale sua autoestima. Cuide da sua aparência e da higiene pessoal, vista-se bem, faça exercícios físicos e valorize as conquistas da sua vida. Criar um bom astral gera empatia e um clima mais favorável aos contatos profissionais. 

AGITE A REDE DE CONTATOS

  • Quem perde o emprego costuma avisar imediatamente amigos e ex-colegas, mas com o passar do tempo esses contatos vão sendo deixados de lado. É importante fazer novas rodadas de contato a cada três ou quatro meses para não ser esquecido. 
  • Quanto mais conectado, melhor. Manter atualizados os perfis no LinkedIn e no Facebook é importante para mostrar que você segue em movimento. Além disso, as redes são férteis para anúncios de vagas. Siga consultores de Recursos Humanos, empresas de recrutamento e antigos colegas.
  • Não tenha vergonha de avisar os amigos, familiares, vizinhos e ex-colegas de que está desempregado. Quanto mais gente souber desta condição, maiores as chances de chegar até você uma oportunidade de trabalho. 

CAPACITE-SE

  • Com o passar do tempo, mudam também tecnologias, funções e exigências profissionais. Quem está afastado do mercado corre risco de ficar obsoleto. É importante manter uma rotina de cursos, programas de capacitação e participação em palestras e congressos. 
  • É possível que haja limitação financeira para novos cursos, e neste caso é importante buscar opções gratuitas pela internet, inclusive em módulos experimentais de cursos, e procurar capacitação barata em entidades como Senac, Sebrae e Senai.
  • Caso seu mercado de atuação esteja saturado ou em crise, avalie montar um pequeno negócio, como consultoria ou firma de terceirização de serviços. Há consultorias a preços acessíveis e cursos online gratuitos sobre empreendedorismo no Sebrae-RS.
  • Se for o momento de buscar outra área de atuação, avalie os programas de qualificação gratuitos de grandes universidades pela internet, que oferecem inclusive certificados. Outra opção é a Escola do Trabalhador, lançada pelo Ministério do Trabalho para Ensino à Distância, que inclui formação em idiomas e em serviços como agenciamento de viagens e consultoria em investimentos.

MANTENHA A EMPREGABILIDADE

  • Estar sem emprego por longo período pode ser encarado de forma negativa por recrutadores caso, ao longo deste período, a pessoa passe totalmente desocupada. 
  • É importante procurar trabalhos voluntários, fazer bicos e até dirigir por aplicativos. Vale buscar atividades mesmo fora de seu escopo tradicional de atuação.
  • Muita gente declina de propostas com baixa remuneração por orgulho ou por que acha que logo encontrará algo melhor, e desta forma passa meses na busca, em um processo que vai se tornando cada vez mais difícil. 
  • Não deixe de buscar trabalho pelas fontes tradicionais. Leia os jornais, vá até as agência do Sine e reenvie seu currículo para empresas onde gostaria de trabalhar. 

FONTE: Luciana Adegas, diretora da Metta Capital Humano, e Rose Russowski, Diretora da consultoria Lee Hecht Harrison (LHH) na região Sul.



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